Eu, traço pontilhado sob
O chão
Eu, barreira natural que tange
Dois territórios
Eu, limítrofe
Para onde irei?
Vulnerável é meu tracejado
Que à mercê do mundo globalizado
Observa
Impotente
O paradoxo persistente entre integração e território-nação
Inquieta é a minha estática
Que em meio ao andar ilegal
Das pernas ilegais
Se faz cúmplice calado
Das máfias de imigração?
Ou será da segregação dentre
As distintas nacionalidades?
Minha função por todos
Era sabida
Eles costumavam respeitar
Limites
Sobre hoje?
Talvez seja eu resíduo histórico
De um mundo que, um dia, viveu de fragmentação
Pra hoje viver da união
E fazer dissipar o meu traço limitante
Nessa promessa
De pangeia contemporânea
Gabriela Draibe, 3B3