Velho quando não morre é bicho tosco
Que a morte resiste em abraçar
Velho quando lembra que existe
Não se surpreende com nada
Nem com eclipse
Nem com Iphone
Nem com elipse
Nem bom uso do pronome
Reclama de todos, entende a todos
Boceja, retesa, volta a dormir
E o tempo passa
Ele não sabe se já é caça
Do destino, do sono, sei lá
Mas aí chega um bisneto
E o tal florir da vida
Começa a recomeçar.
Fernanda Atihe, ex-aluna, 2014