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19/08/2015

A hora que a saudades bate…

A hora que a saudades bate…

Publicado em 19/08/2015 12:47

É, pessoal, acho que essa hora chega para todos. Mesmo eu, a maior defensora de se fazer intercâmbio, aquela que só vinha postando sobre as vantagens, viagens, novidades, até eu assumo que, às vezes, a saudades chega.

Não mudei de opinião sobre nada do que eu escrevi até aqui e continuando defendendo com unhas e dentes que intercâmbio é uma experiência maravilhosa. Mas, falando a verdade, to até feliz de escrever um post falando um pouco sobre o outro lado. Há muito tempo penso em escrever um post chamado ‘por outro lado..’ falando sobre os problemas que a gente enfrenta quando se mora um tempo fora. Parece que quem só ve o lado bom de tudo tem menos credibilidade até mesmo para falar das coisas boas né, afinal, nada na vida tem um lado só. Toda vez que tentava começar esse post, esbarrava num problema limitante: qual seria o conteúdo? Não ia escrever só por que achava que deveria mostrar o outro lado, queria realmente acreditar no que eu estava escrevendo, então, toda vez que eu começava, acabava deixando a tentativa de lado.

Mas, hoje.. ah, hoje eu estou com saudades! Saudades de sala de aula, de entrar no hospital, ver meus pacientes, aprender medicina mesmo, sabe? Jamais vou negar a importância da pesquisa, tanto na minha vida como pra sociedade e pra melhora da medicina, mas, por outro lado, como laboratório consegue ser entediante. Todo dia a mesma coisa, seguir os mesmos protocolos.. E é por isso que se chama REsearch, se não só se chamaria search, como eu ouvi uma vez.

Está chegando aquela época do ano em que as novidades já passaram mas, que, ao mesmo tempo, ainda está longe do fim. Não, eu não queria que estivesse perto do fim. Continuando amando Boston e a experiência que eu estou tendo, é só um dia de saudades mesmo.
Saudades daquele arroz, feijao, bife e farofa.

Chegando a hora de escolher a data da passagem de volta: quero passar o natal aqui, mas, no fundo, estou com saudades. Saudades daquele aconchego de estar perto do pai e da mãe.

Acredito que nada na vida é 100% vantajoso ou 100% desvantasojo. Tudo pode, pelo menos, servir para aprendermos algo. Minha experiência, aqui, é muito mais do que isso, eu amo cada (ta, não todos) minuto aqui. Mas acredito que, hoje, já consigo ter a maturidade de ver que há muitos desafios, alguns momentos difíceis e, acima de tudo, muitas coisas boas.

Comida da vó faz falta, colo de mãe faz falta e, um dia, a saudades bate. Um dia você se sente desamparado, como se você estivesse sozinho num país desconhecido. E é um pouco isso mesmo. Mas ai, rapidinho isso passa, por que você lembra de tudo que você está vivendo e aprendendo, o quanto você está crescendo. Você lembra que as experiências que você está tendo, você não teria estando em casa, no Brasil, na sua zona de conforto. Como disse José Saramago “É necessário sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saimos de nós”.

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