Desculpas ao mestre
Ocupo seu tempo, mestre
Causo o desgaste de seu olhar nítido
Não com girassóis, mas com versos
E por isso, me desculpo
Desculpe-me pelas rimas que seguem
A intenção era não pensar
Mas ao tentar
Falhei
Numa tarde, outro dia,
algumas lágrimas derramei
acho que era amor
mas não ousei tentar saber
A verdade é que que estou cansado
Cansado de fingir
de dissimular
de não pensar
Fingi
e não mais consigo
É falso
Não sou eu
Meus sentimentos transbordam, agonizam e incomodam e sufocam se reviram e engasgam e gritam e pulam e não aguento ai penso,
e respiro
E como posso eu não pensar
no amor por Victória?
Penso e choro
Choro querendo pensar
Tirei a máscara
e minha essência retornou
meu jeito cego
meu jeito errado, mas meu jeito
Sei que sou um mau aprendiz
E infelizmente
ou felizmente
arrependimento não há
Peço desculpas então
não por parar e refletir
não por sonhar
mas por pensar em me desculpar
Porque a graça não é sentir
não é amar
não é chorar
Importante é saber que se ama
e não se pode saber isso
sem a graça, que é pensar
Amanda Sanches de Souza, 3H1