Júlia Molina, formada em 2008, realiza pesquisa com golfinhos no litoral sul de São Paulo. Desde abril de 2014, ela faz parte do Laboratório de Biologia da Conservação de Mamíferos Aquáticos (LABCMA) do Instituto Oceanográfico da USP e em fevereiro deste ano, iniciou o mestrado.
A aluna conta que o interesse por golfinhos e baleias surgiu desde pequena, ao ganhar livros sobre estes mamíferos pelos familiares. Também, o que a chama a atenção é o fato desses animais terem grande adaptação no meio aquático e uma organização complexa de sociedade.
Além disso, Júlia trabalhou em uma ONG na Inglaterra chamada Cetacea – ORCA, fazendo monitoramento embarcado de baleias e golfinhos. Atualmente, ela faz parte do Projeto Atlantis, do LABCMA, que, entre outras ações, monitora a população de golfinhos (boto-cinza, Sotalia guianensis) residente no estuário da Cananéia. Lá, Júlia passa de 2 a 3 meses à procura de grupos de golfinhos.
“Quando avistados, nós medimos algumas variáveis ambientais como salinidade e acompanhamos o grupo por tempo suficiente para que todos indivíduos sejam fotografados”, contou. “Também tomamos nota de dados de comportamento dos animais, tamanho de grupo, presença de filhotes entre outros”, acrescentou.
A proposta do projeto é de responder perguntas pertinentes à ecologia e conservação da população de acordo com aspectos de distribuição de golfinhos pela região, comportamentos predominantes, dinâmicas sociais e tamanho de população.
Sobre a influência do Bandeirantes em sua formação, ela destaca o desenvolvimento de pensamento crítico. “Para mim o Band estimulou muito o olhar crítico e a capacidade de articular ideias e saber expressá-las. Esta herança é valiosa e permanente em nosso dia a dia.” E ainda completou: “Além disso, o apoio constante dos professores de Biologia, seu amor pelo que fazem e suas aulas incríveis foram sem dúvida um dos maiores estímulos e exemplos que tive. Serei sempre grata”.