Um livrinho vermelho encostado na cabeceira da cama. Me traz lembranças. Boas? Talvez. As vezes. Fortes, eu diria. Mas faz tanto tempo… Já não o leio da mesma forma. Quem dirá descarregar pensamentos no vazio das linhas… Um dia eu disse que a luz das páginas em branco me trazia leveza. Talvez seja por isso que o livrinho já não é o mesmo aos meus olhos; meu corpo já não reage da mesma forma. Lembranças boas… De um tempo bom, onde as mãos flutuavam junto à mente, e o corpo transigia na volubilidade dos sonhos. Hoje, amores voláteis fazem o corpo pesar. As mãos já não flutuam mais. Nunca foi tão doloroso escrever.
Giulia Secchieri Borducchi, ex-aluna (2013)