Uma vez, Marcos convidou Pedro, Carlos, João, Laura, Inês e o resto do pessoal do cursinho para uma festa no cemitério da cidade. Todos concordaram em aparecer na meia-noite de sábado. Marcos já esperava no ponto de encontro 2 horas antes quando João chegou carregando uma caixa com um conjunto de tinta em spray. Intrigado, Marcos comentou:
-Que isso cara, eu já te disse para não trazer isso, não precisamos vandalizar o cemitério. Eu já estou trazendo o equipamento de som e o gerador no carro.
-O cemitério é uma terra sem lei, e o antigo coveiro já morreu de tuberculose na semana passada, lembra?-disse o João.
-Dane-se, o pessoal já tá chegando, ainda bem que esse lugar é afastado do bairro e a gente não vai causar problemas.
-E uma coisa que preciso te falar: POR QUE DIABOS O PONTO DE ENCONTRO É BEM NA FRENTE DESSA HORROROSA ESTÁTUA DE ANJO!?
-É uma estátua alta, será fácil de nos localizar.
-Está bem…
1hora antes, os convidados chegaram, logo depois, Carlos saiu da área dizendo que necessitava tirar a água do joelho. Alguns minutos depois, um grito alto e cortante atravessou as passarelas fúnebres do lugar. Assustada, Inês anuncia:
-É o Carlos!
Cético, Marcos disse:
-Aposto que é uma pegadinha sem graça.
Horas depois, todos já se esqueceram do desaparecido, e, bêbados, não perceberam que, um por um, sumia alguém. Debaixo de uma mesa, Marcos recobra a consciência e fala bocejando:
-Poxa, aquela noite foi incrível.
Sonolento, Marcos percebe um corpo apoiado sobre a mesa e disse:
-Oi Carlos, você tá fedendo como um pedaço de carne podre.
Nenhuma resposta. Marcos sai de seu esconderijo e percebe que o corpo era um pedaço de carne podre, mas sem a cabeça e dezenas de moscas sobrevoavam sobre a parte exposta.
-Credo! Aquele baseado ainda está fazendo efeito?
Depois percebe outros corpos decapitados ao longo do cemitério. Ele viu o corpo de João ao lado de um túmulo pixado com tinta preta, escrito: ‘’João’’ e ao lado da assinatura estava escrito outra inscrição, mas agora, com o sangue dele: ‘’nascimento 1994 morte 2014’’.
Após sentir sendo observado, olhou para traz e assustado, viu a estátua de anjo, que ao invés de segurar uma cruz com as duas mãos e ter uma expressão no rosto de humildade, ele segurava com o braço ereto, a cabeça da Laura que seu rosto expressava o horror que havia visto e na outra mão, próximo ao peito, a cruz e sua expressão no rosto indicava vingança.
E, aos tropeços, correu loucamente até o portão de ferro do cemitério onde pegou o carro, e, desesperadamente de sair de lá, Marcos bate em outros dois carros e dirige na velocidade máxima o mais longe possível. Infelizmente, Marcos não viu que ia cair em um barraco aonde dava em um rio fundo, onde morreu afogado minutos depois.
Kevin Miyake 8B/19