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27/10/2014

#Prata da casa #Produção de alunos

Publicado em 27/10/2014 07:09

Aos poucos, me vi adentrar um quarto iluminado. A umidade pairava sobre o ar. O Conde Drácula já havia partido e o local começara a aparentar ser cada vez mais macabro. Das janelas, continuava a ouvir sons dos lobos que pareciam aproximar-se. Desfiz minha bagagem o mais rápido possível e agora estou escrevendo em meu diário. Bem, tudo que me resta fazer é dormir.

6 de Maio

Confesso ter suado frio e rolado na cama pelo menos umas cem vezes antes de realmente adormecer. Não sei se o medo me atingiu no meio da madrugada e me fez acordar, mas só sei que não encontrei sono novamente. Para ver se o conde Drácula já havia voltado, decidi sair do meu quarto e procurá-lo. Abri a porta e incrivelmente senti a temperatura cair bruscamente. Dei um suspiro ao perceber como a escuridão era intensa em um cômodo que horas atrás estivera tão iluminado. Senti-me desapontado ao ser tão medroso a ponto de não conseguir dar um passo fora do quarto. Virava-me, covardemente, para o quarto quando de súbito ouvi um som abafado, porém agudo vindo de baixo do tapete. O som repetiu-se, dessa vez mais alto. Um grito. Era um grito. Segundos após perceber, já estava levantando o tapete de veludo que não levantou uma poeira sequer. Abaixo deste, havia um alçapão que abri com força. Adentrei o local ainda mais escuro que a sala, o que exigiu mais que adrenalina. Coragem. O local tinha um odor de sangue intenso. Senti a umidade das paredes que, em certo ponto, começaram a desaparecer de minha visão. Avistei uma luz no fim do corredor à direita. Esgueirei-me até a fonte de luz e, ao recobrir os sentidos, senti o horror borbulhar dentro de mim como água em ebulição. Avistei o Conde, ainda com sua capa, puxando o pescoço de uma mulher sem cor para seus lábios ainda mais rubros que o normal. Já os dentes, agora manchados de sangue, perfuravam o pescoço da mulher com veemência que nunca vi em minha vida inteira. O homem fazia barulhos horríveis com a boca, enquanto a mulher, sem forças, soltava murmúrios que antes haviam sido gritos. Senti o gosto de vômito na minha boca, junto com a necessidade indescritível de fugir daquele local. Aos poucos, fui afastando-me, virando as costas para aquela cena terrível quando senti a mão gélida encostar na minha nuca.

Juliana Choi 18 8E

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