Declama um poema iluminado
Em minha janela.
E clareia todo o quarto
O poema que escorre pelo chão,
Declamado à capela.
Uma brisa refrescante desliza
Ao meu lado como se minha cama
Fosse um camarote especial.
E juntos assistimos embevecidos
O sol declamando seu poema
Sobre as flores do quintal.
O sol estampado no céu claro
Parece ganhar força
Espalhando-se sem inibição.
Seus raios aquecem tudo à minha volta,
Esquecendo, por instantes o poema,
Dando início à uma bela canção.
E é tanto espetáculo reunido,
Que me levanto entusiasmado,
Sob os acordes do dia que me convida.
Chego a arriscar alguns versos
E saio entoando algumas canções,
Neste belo sarau
Que é a vida!
wanderley j. rodrigues (inspertor)