De uns tempos pra cá eu venho me assustando demais com o ser humano. Há muita agressividade em posts de facebook, cada um tem uma opinião. Uma opinião.
Há um certo consenso implícito de que as opiniões tem que ser polarizadas: você é de direita, esquerda, liberal, conservador. Todo “debate” lembra aquele embate épico de garoto de condomínio se Sega era melhor que Nitendo. Você é 4-1-5 ou é 3-5-2. É a veja ou a carta capital. É o hipster ou o coxinha. Inexistem pontos médios.
Mas a política parece querer virar futebol. Você nasce, “escolhe” o time, influenciado por família e amigos, e veste a camisa com afinco até o dia de sua morte. Assim funciona com tudo: política virou futebol, música virou futebol, futebol virou futebol.
Mas a política não é assim. A vida não é assim toddynho ou nescau. Quando me pedem pra me definir eu não acho justo escolher um lado, pois na minha visão é perfeitamente possível pinçar o que acha mais correto, de um lado ou de outro.
Será que isso tudo se deve à falta de olhar crítico que as tais pessoas adquiriram? É muito mais fácil você se prender a algo, acreditando cegamente que é verdade do que analizá-lo para perceber que possui as mais ínfimas imperfeições.
Não acredito que o texto mudará as perspectivas das pessoas que praticam tal ato, porém seria interessante que separassem alguns minutos de seus dias a refletir sobre isso. Talvez na próxima notícia compartilhada renda menos xingamentos.
André Federighi (ex-aluno 2013)