Abrem-se os portões desse imenso mundo “adulto”. Instaura-se uma correria insaciável: jovens partem todos de uma vez, sedentos em suas ambições e inesgotáveis em seus ímpetos. Querem o mundo, um escuro, um amor maior que tudo. E para isso, trabalham.
Deixam tudo de lado em busca desse brilho tão turbilhão, tão emoção. Lançam-se em meio aos números, às derivadas, às combinações lineares. Perdem-se em oceano ilógico. A cabeça satura, a rotina vira uma análise, metas, ganhos, perdas, o melhor caminho a ser percorrido – no menor tempo possível. Em busca do brilho, descanso parece ser pecado.
Eis que nesse ritmo maquinário, percebe o humano que ainda resta uma repulsa a esse frenesi, a essa vontade tão louca de se superar a cada instante. Resta uma certa, digamos, humanidade – essa necessidade tão latente de esquecer tudo que não é poesia.
Os olhos, antes absortos na imensidão do futuro, querem agora aprender a vivacidade do momento presente. Enxergam outros pares de olhos, outros sonhos – e entendem a tranquilidade de uma vida à esmo. Vem, de repente, aquela saudade de sentir tudo que antecede a correria que é existir. Saudade de um lirismo tão profundo que custa a aparecer.
E eu espero que permaneça, imensamente, pra mim e pra você.
Bruno Koba (ex-aluno/2013)