Não era hora de chorar. Ainda assim, as lágrimas insistiam em cair teimosas. Corriam em silêncio, como se temessem romper a atmosfera solitária da sala. Sem ela, não lhe restava mais nada. Sem sorrisos, sem alegrias, nem o sol perfurava as nuvens. Sentia-se vazio e impotente.
Restava-lhe apenas a dor. A ausência feria-lhe o coração, queimava-lhe a carne, ardia no fundo da alma. Eram lágrimas ou gotas de sangue que lhe marcavam a face? Não importava.
Por sete dias e sete noites, ela foi seu único pensamento. Não se passava um segundo sem que pensasse nela. Chegou a vê-la diante de si, tão real que acreditou que houvesse voltado. Mas tão rapidamente como surgira, a imagem se foi.
No oitavo dia, acordou cansado de sofrer. Ela havia partido e não voltaria. Não havia nada que pudesse fazer no momento. A única certeza que tinha era que chorar não a traria de volta.
Gabriela Tchalian (3E2)