Você não me vê!
Você só enxerga essa máscara, essa capa, esse verniz que me recobre.
Você não me ouve!
Você só escuta a razão e os acordes que recobrem o sentimento e a desarmonia de vozes em mim.
Você não me sente!
Você não me toca, não me emociona, não me comove.
Você não sabe nada de mim!
O seu desejo me dá repulsa. Sua incoerência me irrita. Sua covardia me envergonha. Seus joguinhos me entediam.
Não, você não me vê, não me ouve, não me sente e não sabe nada de mim.
Você se preocupa de mais consigo mesmo.
Karla Somogyi (professora de Gramática)