Quando volto da escola por meio do metrô ou o ônibus é muito incomoda, tenho a opção do luxo da van escolar. No caminho de casa, como de costume, olhava pela janela e pensava no que via; questiono a tudo, os porquês daquelas pequenas coisas cotidianas que via pela janela acontecem. “Quem são as pessoas?” e “qual é a história que as cercam?” geralmente são as perguntas mais comuns que proponho a mim mesmo mentalmente.
Decidi voltar minha atenção ao interior do veículo. A faixa etária dos que retornam comigo, creio que, varia dentre os 11 e 14 anos. Muitos portavam aparelhos de ultima geração, tecnologia de ponta; o olhar fixo dos pequenos é assustador, nem se dão conta das coisas que passam a sua volta, alienação completa. “Será que algum deles lê qualquer coisa por puro prazer?” Temi, e passei a temer, com grande intensidade o que acontecerá com o pensamento crítico e a busca do conhecimento autodidata.
Voltamos a Era Medieval? Somos controlados por forças muito fortes, abrangentes e influentes de todo e por todo o globo que nos fornecem respostas prontas e completas sobre todas as questões sem que as contestemos? Quanto mais penso sobre essas perguntas, mais percebo que deveriam ser afirmações, verdades absolutas que formam um câncer na sociedade.
João Paz Takeuchi (2H2)