Era o valor da ruptura que me dava força para… Romper.
Romper com o mundo, romper comigo. Está aí a variável que concede coragem e em certa medida, desmede nossa ação. Desmede sem qualquer culpa, já que o novo é o novo, e danem-se as velhas medidas.
Quando se estabelece o valor da continuidade, a coragem foi embora-pelo menos um pouco.
Quando eu vi aquelas pessoas fumando maconha e completamente integradas com o estilo de vida que eu tanto detestava (e detesto), minha mente deu um loop.
Mas no meio daquele circo de clichês e manifestações de massa, mesmo daqueles que para mim, simplesmente, pareciam transgressores, eu achava não haver continuidade.
Só com o tempo foi ficando claro.
Aí o cara que toma ácido é o mesmo que endossa a mentalidade, o machismo, a autoridade de nossa época. Pode isso? Pode.
E aí tem tudo a ver com esse maravilhoso livro que eu to lendo agora- Drogas e cultura: Novas perspectivas. Maconha e ácido não vão abrir a cabeça de ninguém. Nunca fez mais sentido: None but ourselves can free our minds.
O importante quando um sujeito toma ácido não é o ácido em si, mas é o individuo criado naquele momento: Bro + ácido. Assim como tem o Bro+Maconha, Bro+maconha+amigo+praia, Bro+década de 60+Brasil+ácido, e por aí vai. Desse jeito o universo se relaciona.
Luis Vicente Cavalaro, 3H2