Entre os dias 11 e 13 de outubro, o grupo de alunos e professores do Educação para a Sustentabilidade, acompanhados pela professora de Geografia Leda Leonardo, tiveram o privilégio de visitar duas comunidades Quilombolas no Vale do Ribeira: Pedro Cubas e Ivaporunduva.
O interesse pelos Quilombos surgiu em uma visita ao ISA no primeiro semestre, quando o pesquisador Nilto Tatto falou com paixão do seu trabalho de anos na região e nos apresentou o Circuito Quilombola (http://www.circuitoquilombola.org.br/).
Alunos e professores do Projeto EpS tiveram a chance de entrevistar os moradores dos Quilombos e levantar informações sobre aspectos econômicos, ambientais e, em especial, sociais dessas comunidades.
Foi, sem dúvida, uma grande experiência de vida para todos.
Abaixo, compartilhamos o depoimento de duas participantes da viagem, Letícia Piza e Ana Paula Gushken.
“Essa viagem me proporcionou uma visão mais ampla do que é viver à margem da sociedade. Apesar da tristeza que me deu ao ver a precariedade com que os quilombolas, principalmente do quilombo Pedro Cubas, vivem em relação à educação, saúde e saneamento básico, eu me alegrei com os rostos sorridentes das crianças que, com a nossa chegada, quiseram logo mostrar suas brincadeiras e nos acompanhar na visita.Pude “aprender” a jogar taco e me diverti como a muito tempo não o fazia. Aprendi com elas que não importa onde você mora, mas se tiver bons amigos e uma bola de futebol, você pode ter a felicidade que nenhum dinheiro compra.
Com a missão de descobrir, em dupla, o que seria uma sociedade sustentável em um quilombo, descobri, como dito acima que o futebol os une, mas no quilombo de Ivaporunduva não é apenas futebol, mas sim, a Copa Quilombola realizada entre os Quilombos. Além disso, esse quilombo, mais organizado, tem a segurança/policiamento realizado por eles mesmos e a consciência de sociedade e grupo está sempre presente“.
Letícia Piza
“A viagem para o Quilombo foi para mim uma grande experiência. Primeiro porque eu nunca tinha ido a um Quilombo antes e foi uma das poucas viagens em que pude ir, conversar com as pessoas da própria região e conhecer tão de perto a sua realidade. Segundo, porque além de conhecermos a história dessas comunidades, de onde vieram, como sobreviviam, quem os ajudou, também tivemos a oportunidade de encontrar pontos ligados a sustentabilidade e relacioná-los com todos os seus lados: econômico, ambiental e social. Um exemplo de sustentabilidade ambiental são os bananais que, sendo orgânicos, não contém agrotóxicos que contaminem o solo, fazendo com que a terra utilizada hoje possa ser usada por muito mais tempo, por outras gerações. Já pelo lado socioeconômico há o modo como todos eles pensam em grupo também se preocupando com o futuro, como por exemplo a condição de que os jovens após saírem para estudar fora terem que voltar ao Quilombo para ajudar no desenvolvimento deste, o modo como todo o dinheiro que entra, em turismo por exemplo, é distribuído para todos da comunidade, etc. Enfim, apesar de termos passado apenas dois dias, nos divertimos, andamos e aprendemos muito mais do que eu esperava“.
Ana Paula Gushken
Ano que vem, tem mais!!!