Deitado em meu quarto
Em um momento de desespero
Que mesmo um rosto alegre não engana
Caí em um sono profundo
Sonhei que olhava para uma árvore
Seus galhos secos e fracos rangiam
Porém permanecia de pé
enquanto toda a vegetação perecia
O cheiro de desespero se espalhou pelo ar
Ventos fortes gritaram
Anunciando a morte
Destroçaram os galhos e folhas restantes
O fim havia chegado
Apesar de todos os danos
O tronco continuava de pé
Nesse instante percebi
Não importava a força do vento
Nem mesmo a intensidade da seca
A árvore nuca cairia
A cor do céu mudou
As nuvens urraram
Gotas azuis dançaram pelo céu
Pousando nas raízes da árvore
Já não era mais um simples toco seco
Seus galhos cresceram abundantes
Pássaros vieram de todos os lugares
Criando visões exuberantes
Dali em diante nada me abalaria
Nem mesmo o maior dos sofrimentos
Não importa a gravidade dos ferimentos
A esperança é a última que morre
Ricardo Froés, 1A3