A aurora já despontava. Os pássaros saudavam o raiar do sol no horizonte e o cheiro da relva molhada pelo orvalho.
O cenário a acalmava. Havia passado por mais aventuras do que gostaria, havia visto maravilhas e horrores e aprendera que uma imagem reconfortante podia mascarar emboscadas, mas ali a natureza não podia enganá-la. Ali era sua casa, seu lugar seguro.
Finalmente ela estava de volta. Depois de tanto tempo, tantas tensões, tantos medos e perigos, ela estava, incontestavelmente, a salvo. Nada mais poderia atingi-la, havia acabado.
E tudo estava ali, exatamente igual à última vez em que vira aqueles campos, a relva, o canto dos pássaros… Tudo. Porém, havia uma coisa que deveria estar diferente: alguém que ela havia mandado para esperá-la deveria estar ali. Olhou ao redor, mas não a via.
-Mamãe?
Ela se virou na direção do som e a garotinha correu sorrindo para seus braços.
Gabriela Tchalian, 2E2