Mundo, mundo, cego mundo…
Nossa história começa aqui, em São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo! Uma cidade muito grande e povoada, com pessoas de todas as raças, estilos, crenças, opções sexuais, cores, classes sociais, e por aí vai…
Devemos respeitar as diferenças e ajudar o “próximo”, não é? Mas há pessoas que passam despercebidas e que são consideradas o lixo de nossa sociedade. Aquelas famílias muito pobres que, muitas vezes, não têm nem onde morar.
E, claro, existem aquelas famílias muito ricas, que moram em mansões, têm carros importados na garagem, esbanjam dinheiro e riquezas.
O que me entristece cada vez mais são os cachorros dessas famílias. Eles são tratados como se fossem pessoas. Eles têm roupas, sapatos, bolsas, e até (se duvidar) esmaltes! Pra que tudo isso? São só cachorros, eles precisam de amor, não de roupas.
E lá vão eles. Pai, mãe, os três filhos com seus Iphones, Ipods e Ipads e o cachorrinho. Um pequinês bem engraçadinho, com sua correntinha de ouro e sua roupinha. Entram no carro e partem. Passam por um viaduto, onde o carro para no farol.
Na calçada, três meninos pobres observam o carro. Um carro grande e luxuoso. Ah, o que eles dariam para ter aquele carro, aquela família.
Dentro do carro, todos rindo e se divertindo: fora dele, a fome roubou o sorriso daquelas crianças. Essas crianças são ignoradas pela sociedade. Passam fome e frio. Ao invés de roupas, vestem trapos. São engolidas pela ignorância da população. Mas não hoje. Ao ver as crianças pobres, o cachorrinho latiu. O pai saiu do carro, pegou os casacos de seus filhos e deu para aquelas crianças. Uma ação simples, mas raramente vista. Uma ação como esta mudou o dia dessas crianças. Quem sabe, a vida delas? Cada gesto conta. Talvez, esse mundo não seja tão cego assim. Talvez, esse mundo ainda tenha jeito…
Gabriela Reck