Por Adriana Natali e Luiz Costa Pereira Junior
O crescimento da produção científica chama a atenção para os vícios e a pobreza de linguagem de muitos textos criados em universidades e instituições de ensino.
Cuidados da escrita científica
Em Um texto para chamar de seu, Preliminares sobre a produção do texto acadêmico (Martins Fontes), Cláudia Perrotta chama a atenção para os expedientes retóricos vitais a uma dissertação ou artigo científico.
- Título: a clareza de um título reflete um projeto bem definido. É sinal de desonestidade intelectual propor um título vago, que promete mais do que oferece, sendo pouco indicativo do propósito da pesquisa.
- Introdução: ressalte a pertinência do trabalho, sua importância para a área, em que ele se afina com as preocupações do momento.
- Clareza: ser claro é ser preciso. Se imaginamos um leitor informado sobre os pontos abordados, não seremos minuciosos neles, adiantando conclusões.
- Encadeamento lógico: o modo de apresentar os fatos já é um argumento. Repetições e raciocínios truncados ocorrem, por exemplo, quando uma observação particular é seguida por uma geral e depois por outros aspectos particulares.
- Sem imprecisão: evite o excesso de palavras do senso comum ou com mais de um significado.
- Consistência: sua visão de mundo está sempre presente, mas não deve ser afirmada pura e simplesmente, sem um compromisso com a história do pensamento em foco.
- Economia: não se exceda na quantidade de informações, ideias ou conclusões num só parágrafo.
- Fluência: ser conciso, sem comprometer a fluência. O texto acadêmico participa da construção de saberes.
- Metodologia: toda investigação deve permitir que outras pessoas refaçam o percurso feito por ela.
Leia o artigo completo na revista Língua Portuguesa, set. 2013.
Fonte: NATALI, Adriana. ; PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Limites do academiquês. Língua Portuguesa. São Paulo, v.8, n.95, set. 2013, p.36-41.