Ah, o mundo em “mute”!
Silenciam-se o espaço
E os passos
Todos cheiram
A brisa gorda de um copo
De gordo café!
O ar regado a Keats
De um romantismo
Seco sensual soturno
O trôpego ergue o copo
Viva o café!
E volta a andar em versilibrismo
Rindo as graças de uma rima
Embebedado em poesia de bar
É forte o fim-de-tarde
Dane-se a métrica!
Escurece na Terra
Nos bares e nas serenatas
Vêm as estrelas despejar
Dois dedos de Byron
Com cafeína
E rarefeito oxigênio
O céu é breu e brilho
E tragédia de Shakespeare…
Cessam os passos
Ruas vazias
Talvez uma dezena
De garotas
Na rua
De rua
Bem-aventurados os que têm café!
Erram os bêbados
As vozes mutadas
E olhos a cantar
“The answer is blowin’ in the wind…”
Bruno Koba, 3E1