Contrariando suas próprias expectativas profissionais da época de Colégio, o ex-aluno Ricardo Tamura, formado em 1982, hoje tem uma carreira de sucesso no ramo musical, atuando como tenor em diversas óperas pelo mundo.
O ex-aluno será o primeiro tenor brasileiro de todos os tempos a cantar no famoso Metropolitan Opera House, em dezembro deste ano. “Por mais que tentemos construir nosso futuro, e por mais que nos esforcemos para consegui-lo, nem sempre tudo sai como planejamos”, reflete Tamura. “Porque se tudo tivesse acontecido como eu esperava minha vida hoje seria muito diferente. E não necessariamente melhor!”, pontuou.
Desde muito cedo, a afinidade pela área de Astronomia e Geografia guiou Tamura para a busca pelo curso de Geologia, ambição que se manteve até os primeiros anos de faculdade, quando resolveu paralelamente cursar Geofísica e Física. “No início, minha carreira científica estava se desenvolvendo muito bem: no último ano da Geologia e da Física, eu recebi um convite para representar o Brasil num projeto internacional no MIT; tinha projetos de Geologia na Itália e na antiga Uniao Soviética, tinha propostas de mestrado em Geologia e de Física”, explicou.
Uma série de coincidências e novas oportunidades, no entanto, acabaram por mudar seu rumo profissional de uma forma radical. “Durante o Band, tive meu primeiro contato com a ópera: havia um colega que cantava e com ele tive a oportunidade de ter meu primeiro contato com a ópera no Teatro, ao me convencer a assistir à “La Bohème”, apresentada naquele ano”, contou.
Durante seus anos de faculdade, apesar do horário apertado, logo se iniciou na prática do canto. Apesar do incentivo dado pelos seus professores, Tamura ainda se sentia inseguro em seguir uma carreira exclusivamente voltada para o ramo musical. Um dia, entretanto, resolveu tentar a sorte e se inscreveu nas audições no Teatro Municipal de São Paulo, onde foi aceito; dali pra frente, Tamura evoluiu na carreira como cantor.
Passou um tempo estudando em Nova York e em seguida morando por alguns anos na Europa, somando um total de 800 apresentações (encenadas) de óperas, tendo feito mais de 50 papéis diferentes.
Tamura ainda ressalta sua formação no Band como um diferencial. “Considero minha formação anterior à musica como fundamental para o meu trabalho. Toda pessoa se beneficia enormemente do estudo das diversas Ciências, mesmo que, no futuro, não as utilize; No meu caso específico, acho muito importante ter aprendido Álgebra, Geometria, Química, Biologia, História. Este conhecimento ainda hoje molda a forma como vejo e interpreto o mundo à minha volta!” explicou.