Em julho passado, no período de férias escolares, o Band promoveu a viagem das professoras Lia e Karla para Goiânia a fim de participarem do IV Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa, o SIMELP, que ocorreu no campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás.
Foram quatro dias de evento que reuniu acadêmicos, professores e pesquisadores de todo o Brasil, de outros países lusófonos, tais como Portugal, Timor Leste, e de Macau, além de contar com a presença de representantes de centros de estudos da língua portuguesa em países europeus, como Espanha e Itália, e nos Estados Unidos.
Na palestra de abertura do Simpósio, foram apresentados os resultados de pesquisas em Linguística, introduzindo-se a discussão sobre as políticas linguísticas adotadas, especialmente, em nosso país, assim como as bases do ensino de língua nas escolas que, em sua maioria, ainda desprezam ou, antes, menosprezam as variações no uso do nosso idioma.
No segundo dia, uma mesa-redonda reuniu os principais gramáticos da atualidade, autores das obras mais importantes, referências na área de estudo: Maria Helena de Mira Mateus, da Universidade de Lisboa; Evanildo Bechara, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e membro da Academia Brasileira de Letras; Mario Perini, da Universidade Federal de Minas Gerais; Maria Helena de Moura Neves, da Universidade Estadual de São Paulo; José Carlos Azeredo, também da Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Ataliba Teixeira de Castilho, da Universidade Estadual de Campinas e emérito da Universidade de São Paulo e, por fim, Marcos Bagno, da Universidade de Brasília. Cada um deles teve como principal objetivo definir seu trabalho como gramático e sua obra gramatical.
Nos dias subsequentes, houve uma mesa-redonda que discutiu se há ou não limites da língua pelo fazer literário em português – mostraram seus trabalhos uma poetisa portuguesa, Ana Luísa Amaral; um escritor timorense, Luis Cardoso, e o brasileiro Gilberto Mendonça Teles –, assim como mesas-redondas em que se apresentaram as ações efetivas em relação às políticas públicas para o ensino de língua portuguesa, primeiro no Brasil, depois em Portugal e em Macau, e, por fim, em países nos quais o português não é língua oficial, mas cresce o interesse em se aprender o idioma, como Itália, Espanha e Estados Unidos.
Todos os dias, nos simpósios propriamente, eram apresentados trabalhos acadêmicos, em que os pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, mostraram resultados de suas pesquisas, fossem parciais ou finais, relacionadas tanto aos estudos linguísticos propriamente, como também às práticas de ensino do português como língua materna e como língua estrangeira. Numa das sessões, a professora Lia apresentou um pôster de seu trabalho, parte de um projeto científico junto à Faculdade de Educação da USP.
A participação das professoras do Band no evento teve por objetivo o aprimoramento, a atualização, assim como o contato com trabalhos acadêmicos que pudessem inspirar práticas de ensino da língua portuguesa mais criativas, eficazes e condizentes com os estudos acadêmicos atuais, assim como com as demandas sociais. Além disso, favoreceu o contato com o trabalho feito em outras localidades e países lusófonos para se levantar a possibilidade de desenvolver, no futuro, projetos de parceria e intercâmbio cultural com esses povos que também falam português.
Karla Somogyi