Por Luís Carlos Farah e Paola Conde*
“As manifestações iniciadas em junho e prolongadas até os dias de hoje se caracterizam pela falta de um projeto concreto e de uma liderança política. De forma semelhante aos socialistas utópicos, os manifestantes clamam por um país melhor, mas não apontam como solucionar seus problemas. Ademais, não possuem um discurso uniforme devido à união de diversas reivindicações nos protestos.
Dessa forma, os movimentos são desorganizados, e para obter atenção, os manifestantes promovem o fechamento de avenidas e estradas, além de lamentáveis ações de vandalismo. Por outro lado, os governantes, desesperados com o desprestígio da classe política entre o povo brasileiro, passaram a adotar medidas pouco democráticas.
Um exemplo recente dessas ações é a decisão de aumentar o curso de medicina de 6 para 8 anos. Com isso, os alunos de medicina serão obrigados a trabalhar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS). A finalidade dessa medida é aumentar o número de profissionais nos lugares carentes.
Contudo, a decisão do governo fere os direitos naturais do homem, de acordo com o teórico liberal John Locke. Para este filósofo, a vida, a propriedade e a liberdade devem ser garantidas a qualquer cidadão pelo Estado. O Brasil, cuja constituição vigente defende esses direitos naturais, está, pois, contrariando seus próprios princípios ao tomar esse tipo de decisão, já que viola a liberdade dos estudantes de medicina.
Em suma, a crença na eficiência desses protestos é questionável, pois o resultado deles pode ser a ativação de um mecanismo ditatorial. Nós, portanto, como futuros médicos preocupados com o país, esperamos ansiosamente as próximas decisões dos governantes brasileiros para acompanhar o rumo da nação.”
* A Paola e o Luis são ex-alunos do Band, da 3B1/2012.