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19/08/2013

FLIP 2013: visões e impressões

#Aprendendo sempre #Em 1a. pessoa

FLIP 2013: visões e impressões

Publicado em 19/08/2013 18:09

Da política e da po-ética

Para o professor Lourival Holanda, um dos integrantes da mesa “Graciliano Ramos: políticas da escrita”, o autor alagoano homenageado da Flip 2013 “é hoje uma exigência, uma necessidade”. Falar de Graciliano foi resgatar toda a ética do autor que procurou denunciar a distância entre o discurso desarticulado dos “fabianos” e o discurso eloquente e vazio de pedantes e prepotentes, num país em que a cultura letrada ainda divide as águas sociais. Tudo isso por meio de seu estilo enxuto e contundente, de sua poética “do menos”, da recusa ao excesso e ao artifício. Uma exposição sobre o autor teve lugar na Casa de Cultura, com fotografias e cópias de seus datiloscritos.

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Ao homenagear Graciliano Ramos, a Flip-2013 promoveu importante reflexão sobre as articulações entre passado e presente, política e poesia (relação emblematicamente representada pela ausência de Tamin Al-Barghouti, o poeta da primavera árabe), história e ficção. A esse respeito, a tendência à intersecção de gêneros pôde ser verificada em vários momentos, como nas mesas de que participaram Lila Azam Zanganeh e José Luiz Passos, cujas obras mesclam ficção, realidade, memória e ensaio, além de apresentarem estruturas narrativas originais. Nessas e em outras mesas em que a ficção contemporânea foi discutida, tratou-se da eterna relação dialética entre realidade e ficção: a realidade inspira a ficção; a ficção é uma das formas de se compreender a realidade (“A mentira da ficção é construída para ajudar a se chegar a uma verdade”, disse o escritor americano Tobias Wolf, na mesa Ficção e confissão).

Poesia de ontem e de hoje
Na FLIP 2013 houve bastante espaço também para a poesia. Uma das mesas apresentou três jovens poetas, Alice Sant’Anna, Ana Martins Marques e Bruna Beber, cujos textos delicados e, ao mesmo tempo, provocativos, evocam a poesia marginal dos anos 70.
Lanternas
Na noite
Aceso
O poema se consome

Ana Martins Marques

No prefácio à coletânea 26 poetas hoje, Heloisa Buarque de Holanda comenta que essa poesia irônica e coloquial estava nas ruas, nas universidades. Alguns desses – então jovens – poetas presentes na antologia, agora senhores, tiveram também espaço na FLIP numa mesa intitulada “Maus hábitos”: Francisco Alvim e Zuca Sardan, evento que contou também com o poeta Nicholas Behr. E a poesia comparece novamente às ruas.

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O poeta Nicholas Behr levantou cartazes, à moda das manifestações de Junho, durante a inteligente e divertida mesa “Maus hábitos”
Manteiga

Pergunta-se: quantos litros
precisamos de leite pr’acabar
com a produção de canhões?
Os alunos nunca souberam
da resposta: o delegado
mandou prender o professor

Zuca Sardan

Festa
A FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) é de fato uma festa. A de 2013 não foi diferente, afinal, não faltaram celebrações: Maria Bethânia declamando Fernando Pessoa; aula show com José Miguel Wisnik e Paula Morelenbaum, em homenagem a Vinícius de Moraes… Gente pelas ruas, filas para comprar livros, filas para depois tê-los autografados pelos autores: uma verdadeira celebração da literatura. Para além das palestras oficiais na Tenda dos Autores, a Flip vibra nas ruas, nas pousadas, no movimento dos restaurantes… Muitos são os eventos que atraem as pessoas, desde a performance de declamadores anônimos nas ruas até sessões de leitura e palestras “paralelas”, que este ano ocorreram na Casa Folha e na Casa do Instituto Moreira Sales. Como são lugares pequenos, muita gente ficava na rua, vendo e ouvindo pela janela e pelas portas abertas as falas de Laerte, Lobão, Ferreira Gullar… Enfim, é possível ver a literatura viva nas conversas, nos aplausos e até mesmo nos protestos, que este ano ganharam também as ruas de Paraty e mesas extras na Tenda dos Autores. Uma Flip da literatura, da política, do cinema, do ensaio, da História, do presente – e dos presentes, como o que foi Fernando Pessoa lido por Bethânia e a professora Cleonice Berardinelli, a simpática dona Cleo!

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Cândida Vilares Gancho, Marise Hansen e Susana Vaz Húngaro

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