Desde tenra idade gostava de ouvir casos de pessoas mais velhas, me encantava com narrativas sobre lugares e pessoas diferentes. Adorava as histórias de meus pais sobre a viagem que fizeram ao Nordeste pela recém inaugurada BR 116, em 1963. Conforme crescia aumentava minha vontade de conhecer maravilhas da natureza, povos de países longínquos e ter minhas próprias vivências para contar.
Meus conhecimentos de biologia, história, geografia e geopolítica se acumulavam graças a meus pais e a grandes e memoráveis professores que tive na escola. Por causa deles, eu sempre queria saber mais sobre esses temas e, além de assistir a inúmeros documentários, lia muito, especialmente sobre meio ambiente.
Em minha primeira viagem, enquanto meus amigos jogavam truco e xadrez para suportar as longas horas em trens e ônibus, eu ia lendo e escrevendo meu diário.
Com o tempo, as leituras se tornaram mais densas; e os diários, mais detalhados e elaborados, o que me ajudou a ser mais observador e a aprender mais sobre os locais que conhecia. Apesar desse amadurecimento, mantive o que um de meus irmãos afirma ser “meu espírito eternamente adolescente”, sempre curioso, disposto a aprender com os outros e a arriscar.
E foi graças ao espírito genuinamente adolescente de meus alunos que fui adquirindo coragem para escrever e tentar publicar um livro com minhas crônicas de viagem. Primeiramente contava alguns dos casos para contextualizar o assunto que desenvolvia e percebi que o resultado era melhor do que o esperado, os alunos gostavam e viam sentido no que estudavam. Depois me encorejei a colocar alguns textos em provas e, para minha alegria, houve grande receptividade dos estudantes que diziam até se divertir durante a realização das mesmas.
Assim, nos últimos dois anos me dediquei a escrever minhas próprias e reais histórias, com ajuda de minhas fotos e dos indispensáveis diários, para não ser traído pela memória.
Fiz uma coletânea de fatos e observações sobre diferentes povos e locais, sem me preocupar com uma sequência cronológica, temática ou geográfica.
Terminadas quarenta crônicas, era hora de ir atrás de editores. Foi sem muita esperança em conseguir uma publicação que enviei duas copias para diferentes editoras. Após cerca de dois meses, recebi um email com os seguintes dizeres:
“ Precisamos conversar, decidimos publicar seu livro”
– “ Precisamos conversar, decidimos publicar seu livro”
Agora sonho com o dia do lançamento, sonho estar abraçando as pessoas queridas nesse momento de euforia e alegria.
Obrigado a vocês, alunos, colegas, amigos e familiares que me encorajaram nessa viagem literária.