O fim do czarismo e a Revolução Russa marcam o contexto em que viveu Anastácia. A história dessa princesa e os mistérios que envolvem sua morte é tema do primoroso texto da aluna Flávia Moisés, da 3H2. Ótima leitura à todos!
“Rasputin era um monge da corte, que era encarregado de tomar conta dos filhos do Czar, Nicolau II. Dentre eles, havia Alexei, que era hemofílico. Dizem que, graças ao monge, Alexei havia se salvado de um terrível ataque de hemofilia. A partir da misteriosa melhora do herdeiro do trono, foram atribuídos poderes mágicos à Rasputin. Porém, um dia o monge foi flagrado violentando Anastásia e suas irmãs Maria e Tatiana. A imagem de Rasputin passou a ser denegrida e muitos acreditavam que ele havia amaldiçoado a monarquia, sendo esta a causa de seu fim.
O filme da Disney, de 1997, foi inspirado na história e nas especulações a respeito da princesa Anastásia. O filme se inicia em 1916, com a princesa tentando escapar da multidão bolchevique que invade o palácio de inverno de sua família. Seu pai vê-se obrigado a abdicar do trono, então, às pressas, sua família corre para um trem, tentando escapar, tanto dos revolucionários, quanto do maldoso Rasputin.
Segundo a lenda, Anastásia é deixada para trás, perde sua memória devido ao alvoroço e acorda num orfanato, esquecendo de sua identidade e acredita que sempre morou no orfanato. A princesa Anastásia era procurada e quem a encontrasse passaria a possuir uma enorme fortuna. Na criação de Walt Disney, ao completar 18 anos, Anastásia deixa o orfanato e então conhece Dimitri, um plebeu que habita as ruas de São Petersburgo. Impressionado pela semelhança da menina com a princesa, Dimitri tem a ideia de devolvê-la à sua família, muito interessado na montanha de rublos que viria a ganhar. Guiado pelo seu objetivo, Dimitri convence Anastásia a acompanhá-lo à Paris, onde a família Romanov se encontra. Guiados pelo medo de Rasputin, que perseguia Anastásia pelas ruas, e pela vontade que a princesa sente de conhecer sua família biológica, eles fogem. No final da trama, Anastásia percebe que a vontade de estar com Dimitri é maior que a de encontrar sua família, e por ele ser plebeu, o casamento não seria permitido. Por fim, os dois acabam juntos.
Na realidade, a Grã- duquesa Anastásia foi mantida em cativeiro na cidade de Ecaterimburgo, nos Montes Urais, junto de sua família devido ao ataque dos revolucionários ao Palácio de Alexandre (o filme apresenta um erro, pois o ataque não ocorreu no Palácio de inverno). Apesar do péssimo momento pelo qual Anastásia passava, ela procurava manter a esperança escrevendo em seu diário e sempre aparecia com uma caixinha de música, como no filme.
Enquanto a família real estava em cativeiro, ocorriam várias negociações entre os bolcheviques e os parentes dos Romanov, mas nunca chegaram a um acordo. Lênin, o líder dos Bolcheviques, cogitou pedir favores ao Kaiser da Alemanha, já que ele era primo de Nicolau II. Porém, essas discussões de nada adiantaram, e a 15 de julho de 1918 (na verdade o ataque ocorreu em 1917, e não em 1916, como no filme) a família Romanov foi executada, porém o corpo de Anastásia nunca foi encontrado, o que era um símbolo de esperança para todo o exército Branco (czarista). O escape de Anastásia é até hoje um mistério, e seu corpo só foi encontrado em 2009, e seu esqueleto não fornece nenhuma pista para a causa de morte. Na época procurava-se desesperadamente a “duquesa desaparecida”, como no filme, sendo vários casos de impostoras relatados.”