Por Giulio Fortuna, 3B1
“O ano era 1969. O continente africano vivia uma de suas mais sangrentas guerras. Após a independência do antigo Congo Belga, já abalado pela exploração selvagem e devastadora feita pela Bélgica, conflitos constantes entre as etnias e blocos capitalista e comunista, influenciados pelo contexto da Guerra Fria, originaram um golpe de Estado liderado por Mobutu Joseph Désiré que instala uma ditadura personalista e antiocidentalista, além de trocar o nome do país para Zaire (atual República Democrática do Congo).
O estado do país era desumano, um “mar de mortos”. Crianças nos exércitos, fome, doenças e miséria assolavam toda população. No entanto, no dia 4 de fevereiro de 1969, o confronto foi interrompido, houve uma trégua. A razão? A vinda de Pelé e do time do Santos para jogarem uma partida amistosa contra a seleção do Centro-Oeste da África na cidade de Kinshara, centro das tensões.
A chegada de Pelé fez com que o governador do Zaire decretasse feriado e o coronel permitisse que toda a população pudesse chegar ao local da partida.
O resultado não importa (Santos 2 x 1 Seleção do Centro Oeste), porque foi nesse dia em que o futebol, tanto associado ultimamente a atos violentos, tornou-se sinal de paz. Foi nesse dia em que o esporte falou mais alto que a guerra. Foi nesse dia que Pelé parou uma guerra.”