Disseram-me certa vez que aquilo que aquilo vemos com nossos olhos difere-se do que os outros veem. Será mesmo?
Escrevo para você que, presa pelas inquietações dos centímetros e das medidas consideradas necessárias, procura no essencial ver-se pequena e delicada.
Procuro em cada canto um sinal de pequenisse.
Exausta-me fazer-me delicada quando meu ser, por si e por todo, já é.
Imagem.
Convenço-me. Não dura muito. Quebra-se.
Imagem.
Busco compreender-me. Dizem-me que a busca não pertece somente a mim, mas a todos que a construíram.
Imagem.
Precisamos perdoá-los, afinal, não a fizeram com tal intenção.
Fizeram? Pergunto-me.
Desgasta-me. Não desistimos.
Imagem.
A busca por nossa imagem é somente nossa. Espelho, maldito.
Amanda Sadalla, 3h2