A vida nos foi jogada como quem não quer algo.
Pelo tempo que transcorre a nossa existência, nosso par de olhos enxerga tudo.
Vê o bem e o mal, vê o transcendental, o realista, e o que beira o metafísico.
Enxerga as pessoas e suas relações, enxerga outras vidas e multidões,
É somente incapaz de olhar a si próprio.
Não é a mente, nosso artefato primário e mais glorioso,
O que torna possível o ardor pela vida.
É o coração, o sentimento, a dor que traz o soco dos outros.
O pulso que flui em nós é a prova da paixão que nos foi concedida.
Temos sangue, para nos lembrarmos que cada ferida nos tira um pouco de vida.
Temos boca, para falarmos que não podemos ficar sempre calados.
Temos mãos, para segurarem e serem seguradas por outras que as merecem.
E, acima de tudo, temos a nós mesmos.
Lembre-se que a vida graceja cada ser humano com um pouco de Sol.
Você não vai ter tempo de realizar todos os seus sonhos,
Mas a vida não é nada sem que eles tomem conta de você.
O amor dói, arranca um pouco de alma a cada expectativa dilacerada,
Mas não é nada tão grave que um amor maior não cure.
Não deixe de ter paixão no que faz,
Porque o pulso dura uma vida, e a sua vida dura a sua eternidade.
A bondade é uma questão de ponto de vista,
E o seu ponto de vista, uma questão de querer a verdade.
Tenha dentro de si boas intenções,
Porque não há bem maior que a memória de um sorriso alheio.
Não esqueça de olhar para trás algumas vezes e lembrar com o coração
Que os seus olhos enxergam o seu passado e sonhos.
O dos outros não.
Bruno Sato, 3E1