Para quem não conhece, ela foi a primeira ministra da Inglaterra entre 1979 e 1990 pelo partido conservador. Seu estilo de governo foi intensamente masculino. O apelido pela qual era conhecida não deixa dúvidas. Foi uma líder muito, muito dura em suas ações.
Havia uma crise quando ela se tornou primeira ministra, causada pelos choques do petróleo e por problemas internos. O país vivia um desemprego crescente e um déficit público acumulado pela intervenção estatal. O remédio proposto? O Neoliberalismo: redução de impostos para os mais ricos, estímulo ao livre mercado com a desregulamentação da economia e a privatização de indústrias e de serviços, além de medidas incrivelmente centralizadoras no campo da administração pública. Os resultados, sob o ponto de vista da economia, foram satisfatótios: a modernização das indústrias e dos serviços por meio da concorrência extrema, eliminando as ineficientes, e fazendo baixar os preços alongo prazo. Mas o custo social disso foi imenso: na metade da década de 1980 o desemprego atingiu a casa dos 3,25 milhões.
Sua impopularidade entre os mais pobres era grande, mas ela parecia não se importar com isso, já que não acreditava na sociedade, e sim no indivíduo, unicamente no indivíduo. Entretanto, ela também precisava de votos. Por isso respondeu à invasão das ilhas Falklands/Malvinas pelo exército argentino com a força em 1982. Utilizou o patriotismo como qualquer outro governante.
Após ter sido retirada do poder por eleitores economicamente bem colocados, porém temerosos de serem os próximos na fila dos desempregados, Thatcher foi relegada a um papel irrelevante na vida da Inglaterra. Talvez até para lembrar que o poder um dia acaba e as pessoas, mesmo poderosas, no final das contas, são apenas seres mortais e tem que lidar, mais cedo ou mais tarde, com suas escolhas.
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