No texto abaixo o aluno Eduardo Mora, da 3B3, faz uma excelente reflexão sobre o papel que a instituição escolar exerceu ao longo da História. Lembremos que a palavra educação é carregada de um duplo significado: “ducere” (conduzir) e “edução” (extrair). Daí seu duplo movimento entre o transformar e o conservar. Encontrar o necessário equilíbrio entre esses dois pólos ainda é uma grande tarefa da Escola.
“Há algum tempo, meu pai me disse uma frase que ficou comigo. Era uma manhã de domingo, e estávamos passando por um colégio. Começamos a conversar sobre escolas, e então ele me disse: ‘Se alguém do passado viajasse para nosso tempo, a única coisa que ele reconheceria seria a escola.’ Rimos um pouco da frase, e continuamos a andar e conversar sobre amenidades. Porém, apenas alguns dias depois me toquei de quanto essa frase era verdadeira.
Pense bem: um aluno vai à escola, senta quieto em seu lugar, observa o professor mostrar a matéria nova e faz exercícios repetidamente, até fixar a fórmula matemática ou a data histórica necessária para passar em um teste. Esse método, testado e usado durante diversos séculos, se provou tão eficiente que ninguém pensou em mudá-lo.
Desde o Egito Antigo, onde os aprendizes a escribas equilibravam placas de cera sobre os joelhos para aprender os complicados hieróglifos, a figura do professor se mantém. Às vezes chamado de ‘mestre’, ele é quem tem a obrigação de repassar o conhecimento aos alunos. Essa é, talvez, a única coisa que teve um semblante de mudança durante a longa vida das instituições escolares: ao invés de aprendermos sobre teologia e sobre o geocentrismo, estudamos a Física Moderna e a Genética.
É certo que nem todas as escolas do mundo foram desse jeito. A Escola Pitagórica, na Grécia Antiga, não era bem uma escola em si, mas sim uma instituição de pesquisa onde os grandes matemáticos da época podiam aperfeiçoar suas teorias e dividir o conhecimento que possuíam com outras pessoas igualmente bem instruídas, mediante a aprovação em um exame de admissão.
Esta, aliás, é também uma constante imutável no plano escolar. Embora o vestibular de agora seja condizente com as matérias dos dias de hoje, ele também não se alterou muito durante os anos, embora um vestibulando que falhe na prova não seja mais decapitado, para o enorme alívio dos alunos de hoje.
Algumas escolas de hoje em dia tentam inovar seu métodos. Há uma escola em Portugal na qual os alunos decidem as matérias que vão estudar, não fazem provas e apenas precisam comparecer para serem aprovados. Embora o ensino dessa maneira seja questionável, os resultados não deixam sombra de dúvida: a escola possui vários alunos de alto nível no mundo inteiro.
Olhando por esse ângulo, e com distanciamento histórico, podemos concluir apenas que, já que o método não mudou nesses muitos anos de ensino, o bom e velho ‘senta e copia’ é ainda o método mais eficiente de ensino. E, por mais que os anos tragam inovações tecnológicas, as escolas, esses monumentos ao conhecimento, continuarão firmes e fortes na longa história da humanidade.”