Vivemos na era da felicidade a qualquer custo? Por que as pessoas têm cada vez mais dificuldades em lidar com frustrações? Afinal, há o tempo de semear e há o tempo de colher. Esse é o tema da reflexão do aluno Caio, da 3H1. Vale muito a leitura e um tempo para pensarmos sobre o ritmo da vida…
“Desilusão, decepção e estresse. ‘O destino dos seres humanos é feito de momentos felizes e não de épocas felizes’, está é uma máxima do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que é solução para uma das maiores questões internas dos seres humanos, achar que a felicidade é necessária a todo instante.
Se a felicidade vem da comparação com a tristeza, os momentos de alegria seriam tão intensos se a felicidade fosse constante? É natural que as pessoas se sintam pressionadas no mundo em que vivemos hoje.
A falta de tempo e a dinamicidade da globalização tendem a causar a tal ‘síndrome de obsolescência’, que é quando o indivíduo não consegue acompanhar (não que seja possível) as inovações que o capitalismo impõe, como por exemplo, os celulares que a cada dia adquirem mais funções enquanto o consumidor não consegue nem entender as funções básicas do aparelho e então vive com uma eterna sensação de estar ultrapassado.
O fato de não conseguir acompanhar as inovações, somado a mentalidade de felicidade como obrigação mais a idealização do futuro geram então estresse em muitas pessoas. O excesso de tensão pode ser trágico. Muitos entram em depressão profunda e tem como única saída o uso de remédios psicoativos que além de viciar podem transformar pessoas da água para o vinho, nem sempre para melhor.
Vem à tona então a pergunta deixada ao leitor no início do texto, e um trecho de música de um grande sambista brasileiro, Zeca Pagodinho: ‘Deixa a vida me leva, vida leva eu’, que parece ser supérflua mas que na verdade é, em sua essência, uma crítica à sociedade contemporânea geradora de estresse e mecanização do ser humano, resgatando talvez ‘Tempos Modernos’ e o fordismo, que foram tirados das fábricas e colocados na mente do homem como ideologia.”