O texto abaixo ajuda a desmistificar um pouco a ideia que os alunos de exatas só se interessam por números e cálculos. O Bruno Sato, da 3E1, apresenta uma oportuna reflexão sobre a importância da leitura de textos com um pouquinho mais que 140 carcateres, que é o tamanho padrão dos textos de nossa querida rede. Gostei muito.
“‘Viver está mais corrido atualmente’ é uma frase pronta tão disseminada por reportagens e redes sociais que já adquiriu um status de verdade universal. De fato, podemos sentir no nosso dia-a-dia que parece haver muito menos tempo disponível para realizar nossas atividades do que havia antigamente. Isso se deve, principalmente, à maior necessidade das pessoas de se fazer mais coisas em menos tempo (pensamento difundido principalmente pelas Revoluções Industriais). Dentro disso, é preciso ressaltar um ponto muito importante da vida das pessoas que parece estar se perdendo nessa bagunça: a leitura.
A maioria dos adolescentes parece não ter mais interesse em dedicar seu tempo para ler, em parte porque os meios de entretenimento avançaram tanto – e o livro continuou o mesmo em essência – que passar o dia com os olhos vidrados nas páginas de um livro parece tarefa árdua demais para alguém com tão pouco tempo a perder. Há um fundo de razão nesse pensamento. Com o advento do Facebook e do Twitter, é possível ter informações instantaneamente, sem ter que gastar mais de um ou dois minutos para compreender a ideia geral da mensagem. Dessa forma, é compreensível que as pessoas não se animem ao encarar aquele grosso livro de centenas de páginas.
O tema já é batido, mas carrega muita verdade consigo: ler faz bem. Professores costumam repetir essa máxima a tal ponto que acabam irritando os alunos, mas nesse caso, eles estão certos. Ler não deve ser encarado como uma simples forma de melhorar a sua redação no vestibular ou adquirir conhecimentos para impressionar os outros (embora essa seja a ideia que guie muitos dos estudantes), mas sim, como uma maneira de viver outra vida, e aprender mais sobre a sua.
Todo autor dedica seu esforço e alma na intenção de atingir o leitor de alguma forma com sua obra, seja no aspecto filosófico, racional ou puramente emocional. É impressionante, se pensarmos bem, como um mero conjunto de palavras pode se organizar na cabeça de cada um e criar um sentido que signifique algo para nós, ou que abra nossa mente para um contexto inteiramente diferente do qual vivemos. Talvez a parte mais intrigante seja tentar explicar como um autor que estava em condições totalmente diferente das atuais poderia assimilar em sua obra tantos dos sentimentos e experiências que são vividos por pessoas até hoje. Há coisas na vida que são atemporais, naturais, e estão presentes na história pessoal de todos. O belo da literatura é esse: a tentativa de descrever em palavras aquilo que é indescritível. E para isso são necessários um pouco mais de 140 caracteres.”