Os tijolos velhos, as mesas de fórmica manchadas de grafite, a luz branca que refletia na lousa, caras novas no início do ano, amizades que ficam. O Band marca. Aqui, adquirimos a base do que somos, não finalizada, mas pronta para receber o toque individual de cada um. O tempo se foi, junto com as noites em claro estudando, as provas marcantes (três cores de prova, um mesmo aviso: o tempo está passando) e aquela percepção de que 50 minutos pareciam 50 horas… Nos preocupamos com cada coisinha, cada avaliação, ponto ou vírgula, aprendemos a nos esquecer do resto e nos focar na escola, que em certos momentos parecia a coisa mais importante do mundo… e de repente essa mesma escola nos empurra, perante o grande penhasco da vida, com asas remendadas, pouca experiência…e sem acesso ao colband. Somos jovens e, no entanto, já temos tanto conteúdo… e ainda assim, um ínfimo , se comparado ao que chegará. Enfim, acabou, saímos do quadrado de concreto e tijolos, que por tanto tempo ocupou muito mais da metade dos nossos dias, e agora estamos prontos para o que vier… será? Há alguns meses atrás, uma pergunta que certamente rondava na cabeça de muitos de nós era aquela clássica “mas onde que vou usar essa matéria no futuro?”, acompanhada das típicas “Mas médico não usa Geografia!” ou “Quando um engenheiro vai precisar saber adjunto adnominal?”. Bom, talvez estejamos certos. Talvez um médico nunca precise saber onde fica o Sun Belt e um engenheiro nunca precise distinguir adjunto de complemento…
Mas pensando bem, o Band não foi só feito de aulas e matérias, e o que a gente teve de convivência, dentro ou fora de sala, com certeza virou uma parte muito importante de nós, uma parte que pode ser usada pra um futuro melhor. Seja pelas aulas extracurriculares, ou pelas conversas na frente da sala dos professores depois de insistir com os inspetores, o conhecimento que adquirimos, mesmo que não saibamos como, será definitivamente crucial para a nossa longa jornada no ambiente profissional. Conviver com pessoas tão diferentes entre si fez com que nós nos tornássemos pessoas mais abertas e mais capazes de enxergar problemas e dificuldades sempre sob uma perspectiva eficiente. Somos, legitimamente, formandos do Band. O futuro está cada vez mais próximo, e está na hora de aprendermos a distinguir a hora de fazer a diferença e tomar um rumo na vida da hora de ficar vidrado com joguinhos do Iphone no meio daquela aula de revisão. A gente dá muito valor a coisas que não duram e importância demais a preocupações. Se as pessoas soubessem dar prioridade às coisas que fazem bem a elas, certamente viveríamos num mundo mais feliz e cheio de tempo bem gasto. Em suma: está na hora de usarmos o agora juntamente com o tempo que gastamos no colégio, para que possamos construir um mundo melhor. É com a cabeça aberta e essa visão que só nós temos que faremos o mundo de amanhã.
David Berl (3B3)
Isabela Nogueira Reis (3B1)