As aulas sobre o nazismo, além de muita curiosidade também induzem a uma reflexão necessária e urgente. Muitos alunos expressam pessoalmente uma certa preocupação sobre isso e alguns tomam coragem e escrevem sobre o tema. É o caso da Júlia Messina (3B1). O texto abaixo expressa suas preocupações com o renascimento do pesadelo da extrema direita na Europa.
” A ascensão do radicalismo de extrema direita na Europa tem chamado muito a atenção nos últimos dias, principalmente por conta da xenofobia, que se torna mais e mais expressiva nesse continente. O que não é surpresa é que tal fenômeno retomou seu crescimento em meio a um contexto de grave crise social, econômica e divergências políticas.
Pelo que pudemos observar até agora, o radicalismo parece surgir como rota de escape ao caos. A aderência a tais comportamentos revela o desespero dos indivíduos por uma solução mágica para todas as questões desafiadoras que se apresentam na sociedade, mas que é completamente utópica: a população, tomada pela emoção e pelo impulso, crê naquilo que quer crer e não naquilo que é possível ou minimamente racional. Se a calma não é mantida em tempos de crise (o que, convenhamos, não é o que geralmente acontece…), o caos tende a se maximizar, tomando dimensões absurdas, enquanto a razão e a coerência são deixadas de lado, como bem pudemos observar, por exemplo, no período entre 1939 e 1945, com o nazismo.
É natural que o ser humano busque responsáveis pelas dificuldades que enfrenta (os ‘bodes expiatórios’). Desde sempre nós ouvimos pessoas falando mal de seus governos ou sobre determinadas atitudes que deveriam ser imediatamente tomadas para o benefício de todos. No entanto, o cidadão que enfrenta dificuldades jamais se reconheceu no grupo dos culpados pela miséria, muito menos no grupo que deveria agir para mudar tal situação. A consciência da desgraça existe, mas da responsabilidade de todos (em que ‘todos’ inclui o próprio indivíduo, e não apenas um pequeno grupo), não. Serão os imigrantes os novos bodes expiatórios pela situação difícil na Europa do século XXI?
É possível concluir que a xenofobia é fruto do medo e desespero originados pela crise, mas haveria alguma maneira de deter tal comportamento irracional e desumano? A contenção ou da crise ou das emoções das massas parece ser o melhor e mais efetivo meio de deter uma possível animalização da sociedade, e tal ação deve ser posta em prática antes que o radicalismo se alastre efetivamente, causando um verdadeiro extermínio de populações inocentes.”