Na vida diária, dormir pouco interfere no humor, na memória, na atenção, no raciocínio, no equilíbrio, enfim nos processos cognitivos que relacionam uma pessoa ao seu ambiente e que determinam a qualidade de seu desempenho e de sua saúde.
Não devemos pensar no sono apenas como um repouso para o corpo e para o cérebro. Este último continua ativo enquanto dormimos, durante este período apagamos informações desnecessárias aprendidas durante o dia e reforçamos o que foi aprendido e que é importante que seja memorizado.
Durante o sono ocorrem vários processos metabólicos que se alterados podem afetar o equilíbrio de todo o organismo:
- O pico de produção do Hormônio de Crescimento (GH) ocorre durante a primeira fase do sono profundo. Além de estar envolvido com o crescimento o GH ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura e melhora o desempenho físico.
- A Leptina, hormônio que controla a sensação de saciedade, também é secretada durante o sono. Ao produzir menor quantidade de lecitina o corpo sente necessidade de ingerir maior quantidade de carboidrato.
- A privação de sono pode inibir a produção de insulina, hormônio que retira o açúcar do sangue, pelo pâncreas.
- A falta de sono pode também elevar o nível de cortisol, hormônio do stress, que tem efeito contrário ao da insulina, fazendo com que a taxa de glicose (açúcar) no sangue se eleve.
Estes dois últimos fatores podem favorecer o aparecimento a longo prazo de diabetes ou um estado pré-diabético.
O sono é regido por nosso relógio biológico. A quantidade de sono necessária a cada pessoa é uma característica individual, mas a média da população necessita de 7 a 8 horas de sono diárias. Um indicador de privação de sono é a tendência para adormecer durante o dia. Isto acontece aos alunos durante as aulas ou sobre os livros de estudo.
Conclusão:
Estudos atuais comprovam que quem dorme pouco tem menor vigor físico, envelhece mais cedo, está mais propenso a infecções, diabetes, obesidade e hipertensão.
O sono não suprime a necessidade do estudo, de atenção nas aulas, da prática para o domínio da técnica, mas dormir pouco afeta nossa capacidade de memorizar e, conseqüentemente de aprender. Ocorre comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e executar, lentidão de raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração. Uma boa noite de sono é necessária para consolidar o que foi aprendido durante o dia.
Orientações:
- Não durma de madrugada na véspera de uma prova.
- Não fique estudando até muito tarde. É preferível acordar mais cedo e recomeçar, você estará mais descansado e o estudo renderá mais.
- Aproveite o fim de semana para recuperar o sono atrasado, desligue o despertador e o celular.
Conselhos para Dormir Melhor:
- À noite procure comer alimentos leves e não em grande quantidade. Evite tomar café, mate, chá preto.
- Não durma com a TV ligada, uma vez que isso impede que você durma profundamente.
- Evite jogos violentos no computador antes de dormir.
- Durma com todas as luzes apagadas.
- Tome um banho quente antes de dormir, para ajudar a relaxar.
Referências:
Dra Regeane Trabulsi Cronfli, médica formada pela Faculdade de Medicina da USP, especialista em Endocrinologia e Metabologia.
Saúde em Movimento. (www.saudeemovimento.com.br) 21/01/2008 .
Science in School. Sono e aprendizagem. 16/03/2007.
Dra Beatriz Salles Aguiar, médica (CRM 20610) responsável pelo Ambulatório Médico do Colégio Bandeirantes.