Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, tem uma obra vasta que pode ser explorada de vários pontos de vista. Poesias, contos e romances são permeados por um grande valor artístico e histórico, compondo um riquíssimo registro histórico sob uma visão crítica da sociedade do século XIX.
Para somar uma nova visão à produção acadêmica acerca de Machado de Assis, o professor Wellington Migliari começou, em 2008, seu de mestrado em Literatura Brasileira na FFLCH-USP. “Além de eu ser formado na USP e o programa ser bastante adequado ao meu interesse, a boa avaliação dos cursos pelo CAPES pesou muito na minha decisão”, contou.
A dissertação do professor, “Filosofia e tragédia: o processo de reificação em Quincas Borbas”, identifica o conceito de sociológico de reificação – ou coisificação – no romance. A análise privilegia essa transformação de pessoas em coisas nas relações sociais, motivada especialmente pelo interesse financeiro. “É interessante perceber um processo típico do capitalismo na sociedade brasileira retratada por Machado, que não vive um capitalismo desenvolvido como o da Europa da época”, explicou.
Wellington dedicou-se integralmente ao mestrado nos dois anos e meio de pós-graduação, tendo oportunidade de participar de eventos acadêmicos internacionais como o III Seminário Internacional Politicas de La Memoria, na Universidade de Buenos Aires. “Oportunidades como essa preparam o professor para pensar o conhecimento de outras formas, nos preparam para situações de exceção dentro de sala de aula”, concluiu sobre a experiência.
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