Julio Preuss, em seu tutorial na UOL news ( http://wnews.uol.com.br/site/noticias/materia_especial.php?id_secao=17&id_conteudo=352 ) coloca a seguinte definição dessa tal Web 2.0:
Responda rápido: o que têm em comum os sites/serviços GMail, BitTorrent, Delicious, FlickR e YouTube, todos já abordados em nossos tutoriais? Acertou quem respondeu que são representantes célebres da chamada Web 2.0, uma nova encarnação da Internet que tem recebido tanta atenção da mídia e de investidores que já começa a ser tratada como uma segunda “bolha”.
É importante não confundir Web 2.0 com a tão falada e tão pouco vista Internet 2 – a rede super-rápida que interliga instituições acadêmicas e governamentais e eventualmente substituiria a infraestrutura atual. A Internet 2 é isso: infra-estrutura. A Web 2.0 é um conceito, uma série de princípios que definem um novo tipo de site, de serviço, de experiência online.
A origem do termo remonta a 2004, quando representantes da editora O’Reilly e da promotora de eventos MediaLive realizaram uma sessão de “brainstorming” para conceber um congresso sobre Internet. Dale Dougherty, vice-presidente da O’Reilly, teria então saído com a idéia da Web 2.0. A primeira conferência, realizada em outubro daquele ano, foi um sucesso – assim como as edições de 2005 e 2006. Mas o que “pegou” mesmo foi o nome, que já aparece mais de 100 milhões de vezes no Google!
“A rede é o computador”
A primeira definição do que seria a Web 2.0 dizia que ela é “a web como plataforma”. Em outras palavras, que os programas passam a rodar na própria Internet (na verdade, nos servidores das empresas que os desenvolveram), e não mais nos computadores dos internautas. Quem abandonou o Outlook Express ou equivalente depois que começou a usar o Gmail sabe do que estamos falando.
O já mencionado serviço de armazenamento remoto de listas de favoritos Del.icio.us é um exemplo ainda melhor: em vez de guardar seus bookmarks no navegador, ele os armazena nos servidores da empresa, tornando-os disponíveis em qualquer computador do mundo conectado à Internet. Em 2004, só isso bastaria para que fosse classificado como um produto Web 2.0.
Quase um ano depois da realização da primeira conferência, no entanto, Tim O’Reilly, presidente da empresa que leva seu sobrenome, publicou um artigo que expande o conceito de Web 2.0. (Para quem tem dificuldade com o inglês, aqui está “O que é a Web 2.0” em português” em português). O texto é, até hoje, o primeiro resultado que o Google apresenta quando buscamos pela expressão “Web 2.0”.
Nele, Tim lista exemplos de tecnologias e ferramentas da Web tradicional e suas equivalentes na Web 2.0. Ficando apenas com os mais conhecidos do internauta amador, temos exemplos como as duplas Ofoto e FlickR, mp3.com e Napster, Britannica Online e Wikipedia e sites pessoais e blogs – onde o primeiro é sempre Web 1.0 e o segundo, 2.0.
Questão de princípios
Todos os exemplos listados acima permitem bastante participação dos usuários. Etiquetando e comentando fotos no FlickR, sendo eles mesmos os repositórios de músicas no finado Napster, escrevendo e editando os verbetes da Wikipedia e alimentando seus blogs com links para outros blogs, onde também podem deixar comentários.
A possibilidade dos usuários adicionarem valor é apenas um dos oito padrões de desenvolvimento Web 2.0 que Tim listou. O fato do valor da participação do usuário e dos “efeitos de rede” serem acumulado “por default”, sem que necessariamente nos demos conta, é um segundo ponto. A cooperação entre os próprios serviços, permitindo a criação dos chamados “mashups”, é um terceiro, e a geração de grandes bancos de dados que podem alimentar tanto os seus serviços, quanto os dos outros, é o quarto.
Os serviços da nova Web devem também contemplar a “Cauda Longa” (pequenos nichos de mercado que, juntos, representam um enorme volume), ser pouco restritivos nas licenças aplicadas ao seu conteúdo, oferecer software que rode em mais de uma plataforma e atualizar constantemente os programas, que jamais deixariam a “versão beta”. É só analisar os exemplos que listamos no primeiro parágrafo para concluir que quase tudo isso está presente em cada um deles.
Se a definição original da Web 2.0 lhe parecer muito simplista e a lista de princípios de Tim O’Reilly, muito complicada, talvez dê para resumir o conceito pelas palavras do programador Paul Graham. Num artigo publicado no fim de 2005, Graham enumerou três pontos que, em sua opinião, definiam a Web 2.0: Ajax (Asynchronous Javascript and XML, sobre a qual já falamos aqui), democracia e “não maltrate os usuários”. Nós, usuários, agradecemos!
Web Trend Map
Foi feito um mapa interativo (veja http://8.12.43.168/slash/ia_trendmap_start.html) onde é mostrado o fluxo de informação da Web 2.0, analisando as ferramentas que estão tendo sucesso, e aquelas que aparentemente não estão indo muito bem. Vale a pena analisar com calma este mapa.
Vídeos sobre Web 2.0
Web 2.0 The Machine is Us/ing Us
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