Entendendo o ebook

Publicado em 29/07/11

Open City e Idade Mídia estão cada vez mais unidos para explorarem e produzirem conhecimentos nas áreas de comunicação e tecnologia. No encerramento do semestre, os projetos encontraram-se para o debate de uma tecnologia ainda pouco difundida no Brasil, os e-books.

Para trazer novas referências e informações, foram convidados para o debate Adriano Fromer Piazi, Publisher da editora Aleph, José Santos Matos, escritor de livros infantis e idealizador do Museu da Pessoa, e Emerson Bento Pereira, coordenador do Departamento Cultural do Colégio Bandeirantes e
membro da Comissão do Livro Digital da Câmara Brasileira do Livro, CBL.

Adriano Fromer abriu o debate com noções técnicas e tecnológicas do e-book, colocando exemplos de fabricação e comercialização no exterior. “Aqui ‘ebook’ ainda soa como algo do futuro, mas é uma tecnologia do presente”. O impacto ambiental da produção de livros de papel e eletrônicos foi um dos pontos bastante discutido. “Essa conta depende muito da quantidade de livros que nós compramos”, lembrou Fromer. As facilidades do livro digital e o prazer do livro de papel também foram destacadas, ressaltando as diferenças de cada suporte. Outra diferença crucial trazida pelo Publisher foi a linguagem. “Não gosto desse fetichismo de e-books que simulam papel. São formatos diferentes.”

E quem tratou do aspecto da linguagem com muita propriedade foi o autor José Santos Matos, que tem idealizados seus livros em formato digital. “Trocamos as páginas pelos minutos. Criei um livro de 3 minutos”. Graças a sua experiência com o público infantil, destacou a importância de se dosar as animações e os aplicativos que o ebook pode comportar. “É um atrativo para a criança, mas não pode se transformar numa árvore de natal”. Sobre o assunto, Adriano Fromer acrescentou “o grande barato do livro é imaginar a história que você está lendo. Se os aplicativos sobrepõem isso, não é mais livro”.

Todas essas discussões surgiram por conta da revolução tecnológica que os e-books e tablets têm promovido tanto no mercado editorial, quanto na comunicação e na educação. Espaço para a divulgação de novos autores, uma nova cadeia produtiva e uma nova economia estão surgindo com esses avanços tecnológicos. Emerson Bento Pereira mostrou que está isolada, mas deriva de uma conjunção de fatores, “vivemos um contexto próximo ao do Renascimento. Temos um cenário cultural muito vivo, novas conexões, novas formas de pensar. Assim como no século XV existiu a expansão marítima, a revolução copernicana e invenção da prensa de Gutenberg”.

A discussão inspirou os alunos, que continuam a pesquisar sobre o tema e trocar ideias nas redes sociais sobre o assunto. No que depender deles, todo ócio das férias será criativo.

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