Os novos monstros do rock

Publicado em 08/04/15

Antes de discorrermos sobre essa categoria, o que é um Monstro do Rock? Opiniões variam, porém na minha visão, um monstro do rock é uma banda/artista que deixa sua marca no rock, seja com um álbum multiplatinado, inovações artísticas e performáticas, entre outras coisas.

Mas por que o nome Monstros do Rock? Bom, o nome vem do festival Monsters of Rock, que teve sua primeira edição em Castle Donington, Inglaterra, em 1980, com o Rainbow  de Ritchie Blackmore encabeçando o festival. O Monsters já não ocorre faz um bom tempo na terra do Big Ben, mas ele tem diversas edições internacionais, inclusive no Brasil, com a próxima acontecendo em Abril em São Paulo com KISS e Ozzy Osbourne liderando os dias do festival. Porém Castle Donington não ficou órfã de um festival. Lá ocorre hoje o grandioso Download Festival, que, ao invés de ocorrer em um dia e em um palco como o Monsters, tem duração de 3 dias e diversos palcos. O ápice da grandiosidade de uma banda (no caso das mais novas pelo menos) é confirmado quando ela é headliner do palco principal do Download, um dos maiores festivais do mundo. E é desse princípio que parto ao discorrer sobre o mais novo monstro do rock: a banda inglesa Muse.

Nem todo monstro do rock já foi headliner do Download, mas todo headliner do Download, com exceção de um ou outro caso é um monstro do rock. E como o Muse será a banda principal da noite de Sábado, colocando o grandioso Faith No More na segunda vaga do palco principal, eles finalmente garantiram, depois de 21 anos de carreira, o acesso a esse grande panteão. O Faith No More foi formado em 1981, teve hiatos que somaram no total 13 anos, e, para o delírio dos fãs anunciou o lançamento de um novo álbum, Sol Invictus, que chegará em Abril de 2015. Para comemorar, farão uma gigantesca turnê, que inclui muitos shows em festivais. Destronar o poderoso Faith No More é apenas mais uma prova de como o Muse está em alta no mundo do rock.

Permita-me discorrer sobre a discografia da banda. O primeiro disco da banda, Showbiz, foi lançado em 1999. Desde então foram mais cinco álbuns: Origin of Symmetry (2001); Absolution (2003); Black Holes and Revelations (2006); The Resistance (2009) e The 2nd Law (2012). A banda lançará um novo disco ainda esse ano, que será produzido por Mutt Lange, o homem que produziu Back in Black, do AC/DC. O nome não foi oficialmente confirmado ainda, mas através de teasers liberados no Instagram, a banda deu a entender que ele se chamará “Drones”.

As letras da banda, em sua maioria compostas pelo vocalista e guitarrista Matt Bellamy abordam assuntos variados, que vão desde temas como superação até assuntos como ficção científica e futuros distópicos, passando pela luta de classes e críticas sociais.

Muitos puristas vão dizer que o Muse não merece o “título” pois é uma banda de rock alternativo, que às vezes as suas experimentações fogem do Rock, entre outras coisas. Mas vamos aos fatos: Desde a Resistance Tour, em 2009, a banda se apresentou para mais de 2.350.000 pessoas. Muitas bandas, mesmo em 50 anos de carreira jamais chegariam a esse número.  Ok, muitos espectadores foram conseguidos abrindo shows para o U2, mas mesmo assim, não é qualquer um que abre para eles.

Lembra quando eu disse que um Monstro do Rock inova e deixa um legado no quesito performance? Pois bem, o Muse tem um dos palcos mais tecnológicos e um dos shows mais bem estruturados do mundo. Telões enormes, fogos de artifício e tudo a que uma grande banda tem direito. Sem contar com as performances de outro mundo de Matt Bellamy. Todo esse espetacular aparato de palco foi registrado no DVD Live at Rome Olympic Stadium, filmado em técnologia 4K (cerca de 4 vezes melhor que o Full HD como conhecemos hoje) em parceria com a Sony. Eu tive a chance de assitir o show deles ano passado no Lollapalooza, e, mesmo passando mal e quase sem voz para cantar, Matt deu tudo de si, e eu assisti um dos melhores shows da minha vida.

Outra apresentação memorável deles foi na cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Londres, em 2012. Sim, você leu certo. A terra da Rainha, mesmo com bandas como The Rolling Stones (que junto de David Bowie e dos Sex Pistols se recusaram a se apresentar), The Who (que fechou a cerimônia de encerramento) e Paul McCartney (que finalizou a Abertura dos Jogos), escolheu o Muse para fazer a música oficial da competição, a estupenda Survival, que também foi tocada na cerimonia de encerramento. Vale a pena procurar vídeos da apresentação no Youtube, já que todo o poderio da banda é mostrado nela.

Acho que já falei o suficiente, não? Pois bem, chega de exercitar sua visão e vá exercitar seus ouvidos com a música do trio composto por Matt Bellamy (guitarra e vocal), Chris Wolfstenholme (baixo e backing vocals) e Dom Howard (bateria).

Aqui deixarei algumas sugestões de por quais músicas começar a ouvir a banda:

Muscle Museum, Showbiz (Showbiz).

Plug In Baby, Citizen Erased, New Born, Feeling Good (Origin of Symmetry).

Stockholm Syndrome, Hysteria, Time is Running Out (Absolution).

Starlight, Supermassive Black Hole, Knights of Cydonia, Assassin (Black Holes and Revelations).

Resistance, Undisclosed Desires, Unnatural Selection, Uprising (The Resistance).

Supremacy, Panic Station, Liquid State, Survival, Madness (The 2nd Law).

Aprendam crianças. É assim que se faz boa música no século XXI.

P.S: Não é só porque eu mencionei 3 ou 4 músicas de cada álbum que significa que vocês não devam ouvir o resto da discografia deles.

Ilan Aisen, 3E3

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