Crônica argumentativa: “Princípio”

Publicado em 05/05/17

A crônica nasceu de um casamento bem-sucedido entre literatura e jornalismo. Grandes nomes como Machado de Assis, Rubem Braga e Clarice Lispector usaram todo seu talento linguístico ao escrever sobre coisas triviais para entreter – e, muitas vezes, fazer rir e refletir – o leitor de jornal.
A crônica é, portanto, assim: do cotidiano, do povo, mas com um toque literário. Afinal, quem nunca leu um texto do Luis Fernando Veríssimo, do Rubens Alves ou do Millôr Fernandes e se emocionou, riu ou simplesmente se viu ali do lado do autor, vivenciando as mesmas experiências?
Mas a crônica também pode assumir um papel de crítica social. E foi explorando justamente esse ponto do gênero que conduzimos as aulas de Estudos Linguísticos do 2o ano do 1o bimestre. Com o objetivo de desenvolver as habilidades de descrever e argumentar, os alunos foram induzidos a relatarem experiências vividas ou observadas que servissem de base para a defesa de uma opinião sobre os mais variados temas, como o sistema de empréstimo de bicicletas em São Paulo, o cerceamento dos blocos de rua no Carnaval de São Paulo, o serviço do Uber, as notícias falsas nas redes sociais e a honestidade do brasileiro.
Confira o resultado com alguns textos dos nossos cronistas do 2o ano.

Professores Alexandre, Grasiela, Melissa e Renata

Princípio

Um pai ensina a um filho a não pegar o que é seu, a criança entende e obedece a mensagem, não porque tem medo do castigo, e sim, porque aquilo realmente não lhe parece justo. Foi assim que aconteceu na minha casa, e provavelmente a mesma coisa aconteceu na sua.
Moral, ética, convenção social, até termos em grego como “Thémis” e “Diké” são usadas por pensadores para discutir o que vale mais, princípios pessoais ou leis? Fazemos o certo pois é de nossa natureza ou porque tememos as penas impostas pelo código penal?
Há pessoas que acreditam que sem Estado não há ordem, sem punição não há aprendizado. Discordo. Não acredito que toda a marginalidade recente no Espírito Santo seja decorrente única e exclusivamente da falta de policiamento. Infelizmente, creio que o buraco é mais fundo, o que está em crise não é apenas o sistema de segurança do estado, e sim, todo o conjunto de valores de uma nação.
Tal crise moral não é “endêmica” da terra capixaba, mas de todo um país, país esse onde vemos diariamente em noticiários representantes eleitos pela população, afogados em escândalos de corrupção.
Assim como a criança, não devemos agir corretamente por medo das consequências. Os episódios do ES tristemente nos demonstra que é dessa tão discutida moral que o povo brasileiro carece.
Afinal a maior depredação não é a da vitrine de uma loja, mas a da moral e esperança de uma nação. Sem ordem não há progresso.

João Andrade, 2F

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