Vamos nos permitir

Publicado em 26/09/15

Da série por que fazer intercâmbio?, vem ai para nos permitir.

Como típica aluna bandeirantina, que fez Bandeirantes e tem espírito de Bandeirantes, eu não consigo não estar estudando, não estar rendendo ou produzindo algo que eu julgue importante.
No Band, era SEP, espanhol, handebol, sempre primeira sala, trabalho voluntário e o que aparecesse. Semana de provas significava não viajar, sair pra jantar com meu pai ou fazer a unha com a minha mãe. Significava acordar as 4 da manhã para dar aquela revisadinha pré prova. No terceiro colegial era o aprofundamento do Almeida, os plantões para ter certeza de que estava dando meu máximo, simulados no sábado e correção dos simulados aos domingos para garantir que eu aprendesse aquilo que eu tivesse errado.
No cursinho o ritmo se manteve. Aulas de manhã, engolir as apostilas a tarde, academia a noite para garantir que eu não tivesse um surto psicótico por estresse (e para entrar bonita na faculdade haha). A noite, estudava mais um pouquinho e lia jornal para estar atualizada, o que também é importante pro vestibular.
Na faculdade não foi muito diferente. Mesmo nas épocas mais tranquilas da faculdade, eu sempre me cobrei muito, não me permitia estar fazendo nada.

essa sou eu normalmente: post it com as coisas que eu quero decorar

essa sou eu normalmente: post it com as coisas que eu quero decorar

 

Esse post não tem como objetivo dizer aos alunos do terceiro para estudarem mais, não mesmo. Cada um tem seu ritmo, seus limites, e só quem pode dizer isso é a própria pessoa. É muito importante se respeitar, respeitar sua individualidade e não pirar porque o colega ao lado estudou uma hora a mais no dia anterior do que você. De novo, as necessidades de cada um e o quanto cada um pode dar é muito pessoal e deve ser respeitado. Cabeça saudável é importantíssimo para um bom desempenho no vestibular.

Feito esse parênteses para deixar claro meus objetivos aqui, posso voltar ao post.

Cada intercâmbio é de um jeito, mas em geral, a vida é menos acelerada do que para quem vive em são paulo e faz Bandeirantes.
No meu caso, é só um ano e eu interpreto como uma pausa. Pausa na vida louca de São Paulo, pausa no trânsito das 6 da tarde. Pausa no acordar as 5 da manhã. Pausa na semana de provas. Pausa no ritmo frenético que eu, típica bandeirantina, sempre levei. E, não, eu não estou tendo um ano de várzea, mas estou tendo um ano diferente. E, assim, percebendo que me permitir ir pro bar toda quinta feira, tomar minhas cervejas e não estar rendendo quando eu poderia na sexta-feira, faz parte. Percebendo que tudo bem passar o sábado de pijama comendo cookies na frente da tv.

essa sou eu hoje: de pijama , a toa, comendo cookies

essa sou eu hoje: de pijama , a toa, comendo cookies

Percebendo que, de vez em quando, tudo bem passar a tarde vendo Netflix ao invés de estar estudando. Repito, eu sempre me exigi muito, em todos os aspectos da vida, mas, “saindo da ilha” como eu já disse antes, estou aprendendo a me permitir, a não exigir mais do que eu posso. Lógico que eu sempre sai, me diverti mas, em alguns momentos, me exigi mais do que eu poderia dar. Não da pra levar tudo tão a ferro e fogo sempre. Sim, foco é necessário, e é muito fácil perder o foco (fico devendo um post sobre isso), mas é necessário, de vez em quando, let it go, perder o foco e se permitir. Afinal, se não for hoje, vai ser quando ? Quando seu paciente estiver te esperando no meio da madrugada? Quando voce tiver que ir ao trabalho afinal você tem uma família para sustentar? Quando você tiver um filho pequeno que precisa de você ? A hora é agora e o intercâmbio está, ao mesmo tempo, me mostrando e me permitindo isso, me ajudando a desbitolar um pouco. Como a Syl me disse um dia “até mesmo na moderação é necessário ter moderação”. Vamos nos permitir !

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