Do Band a Harvard: voltando das férias

Publicado em 26/08/19

Olá!

Acabei de voltar de quase um mês de férias. Confesso que já estava começando a sentir saudades da minha rotina de vir para o laboratório! Essa semana, como é de se esperar, vai ser mais corrida do que o normal para conseguirmos voltar ao nosso ritmo pré-férias e retomarmos para onde estávamos em todos os trabalhos, ou seja, temos muita coisa para fazer.

Depois das férias, pronta para voltar ao ritmo do laboratório

Cheguei no laboratório já com um milhão de tarefas e, como nem tudo são flores, estamos com várias dificuldades também…uma delas é dar continuidade e finalizar os trabalhos que estão inacabados: um de um aluno do ano passado e três que começamos esse ano, sendo três trabalhos clínicos e um experimental. Infelizmente, com os clínicos estamos sofrendo mais porque não estamos conseguindo pegar os dados de heterogeneidade da onda T (aquele valor que analisamos a partir dos ECGs dos pacientes) que é uma parte essencial para a análise dos dados.

Dos experimentais, uma notícia boa e uma notícia ruim. A boa: começamos um novo experimento essa semana! Já fizemos duas cirurgias e está dando tudo certo por enquanto. Apesar do protocolo ser muito parecido com os que estávamos fazendo até então, o remédio que vamos testar no porco é um completamente diferente. É muito empolgante ficar vendo os efeitos deste remédio no coração porque não sei o que esperar dos resultados, então absolutamente tudo que acontece é uma surpresa (boa ou ruim) e dá uma sensação de estar descobrindo algo novo.

Além disso, para nos prepararmos para o experimento, tivemos que ir atrás de como usar um cateter que nunca tínhamos usado (nem o Verrier) para medir pressão da artéria pulmonar. Então foram horas de pesquisar artigos, ler livros e ver vídeos no youtube para aprender como usar. Quando tentamos pela primeira vez, quase conseguimos, mas por um pequeno detalhe de anatomia que os porcos diferem dos humanos, não estávamos conseguindo colocar no lugar certo. Fui pedir ajuda para um cardiologista que estava fazendo um experimento na sala do lado e: deu certo! Ele nos ajudou com o posicionamento correto e, já no dia seguinte, conseguimos fazer sozinhos.

Cateter Swan-Ganz: usado para medir a pressão da arteria pulmonar

 

Onda que obtivemos da pressão da arteria pulmonar grifada em amarelo

Agora a ruim…sempre tem. O artigo que fizemos esse ano e que mandamos para tentar publicar em uma revista não foi aceito. Recebemos um email com os pontos levantados pelo revisor com o que ele acha que temos que melhorar e investir nosso tempo e trabalho para que seja publicado. Apesar de ter ficado chateada com o resultado, percebi que as alterações sugeridas são factíveis e que temos uma grande chance de adaptar e conseguir melhorar o nosso trabalho. Ou seja, uma oportunidade de revisar o que fizemos, aprender com as sugestões e deixar ainda mais completo o artigo.

Voltei de férias com energia e pronta para enfrentar os novos obstáculos que vem surgindo pela frente. Por mais que seja muito frustrante os nossos resultados não darem certo, não conseguir seguir com o trabalho e não ter nossos artigos aceitos, os aprendizados que adquiri nessas situações são enormes. Aprender a lidar com a frustração e transformar isso em força para as próximas etapas é fundamental e faz parte da vida dos pesquisadores, até mais do que os resultados positivos.

Giovanna Pedreira

Os alunos formados no Band em 2014, Giovanna Pedreira e Leonardo Pipek, estão tendo uma oportunidade única! Em um programa de intercâmbio da Faculdade de Medicina da USP e da Harvard University, os dois passarão um ano estudando em Boston. Confira o Blog dos estudantes que será atualizado toda semana!

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