Uma escola de excelência e com valores humanistas

Publicado em 10/06/13

No ano em que completará 70 anos, o Colégio Bandeirantes se viu envolvido em um episódio que se presta muito bem para discutirmos o papel das escolas na educação dos nossos jovens e para renovarmos princípios e convicções que sempre nortearam nosso trabalho.
Adquiriu proporções exageradas uma transgressão tão nova quanto a do modernista Flávio Carvalho que, em 1956, tentava “chocar a burguesia” passeando de saias e mangas bufantes pela cidade. No Bandeirantes já superamos essa discussão faz tempo. Acreditamos e defendemos que preconceito e discriminação de gênero não devem fazer parte da cultura ou filosofia de ensino de nenhuma instituição educacional.
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No Bandeirantes primamos por fornecer aos nossos alunos um ensino de alto nível, responsável pela formação de inúmeras gerações que obtiveram sucesso profissional e papel de relevo na sociedade.
Entre nossos ex-alunos estão grandes médicos, engenheiros, advogados e gestores públicos da dimensão do ex-governador Mário Covas ou da promessa de renovação – e compromisso com uma cidade cada vez mais acolhedora, democrática e plural – como é o caso do atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para dar alguns exemplos.
Mas não formamos apenas bons profissionais. Formamos também bons cidadãos, que aprendem em nossas salas valores humanistas. Entre eles o respeito à diversidade, seja ela de natureza religiosa, racial, política, ou de gênero.
Fomos pioneiros em muitas questões. O Colégio Bandeirantes foi um dos primeiros a abrir as suas portas para imigrantes (e seus filhos) de vários recantos do mundo. Em nossas salas de aula convivem pacificamente filhos de italianos, alemães, japoneses, coreanos, árabes, judeus.
O pluralismo é nossa marca. Não diferenciamos nossos alunos pela cor de sua pele, por sua religião, ou por sua orientação sexual. E nem por sua situação financeira, haja vista os inúmeros programas para bolsistas da escola e onde o maior valor a ser considerado sempre é o do mérito e capacidade de cada aluno.
Sabemos que vivemos em um mundo de grandes mudanças e procuramos preparar nosso corpo discente para a vertiginosa evolução que acontece em todas as escalas; nos costumes e nos meios de comunicação e, neles, o quanto as redes sociais podem ser uma ferramenta para a aprendizagem do aluno e para sua formação como cidadão.
Alguns exemplos dessa postura: na questão da sexualidade, o Bandeirantes é um dos colégios pioneiros a levar o tema para a sala de aula, adotando práticas e capacitações das mais modernas. O curso de CPG (Convivência em Processo de Grupo) trata o tema sexualidade sob a abordagem emancipatória, que encara a educação sexual como um meio de transformação social, portanto trabalha as questões de poder e discriminação que envolvem o exercício da sexualidade. É também sem qualquer tabu, e em consonância com as mais modernas normas de saúde, que a vacina contra o vírus HPV é ministrada na própria instituição aos adolescentes que assim o desejarem.
O Bandeirantes tem uma filosofia liberal, pautada no diálogo com os estudantes e seus pais. Em nada nos assemelhamos a um quartel, ou a instituições com valores medievais e preconceituosos. Prova e testemunha disso são os milhares de alunos que estudam ou estudaram no Colégio e, na sua esmagadora maioria, nutrem uma relação de respeito e admiração pela instituição, seus professores, funcionários e projeto pedagógico.
O episódio acontecido na última sexta-feira não difere em nada de algumas situações enfrentadas pelo Colégio em todos esses anos. Um aluno estava em frente à escola, em horário de aula, trajando uma saia. Local, forma e postura do estudante foram interpretados como uma atitude de confronto. Uma discussão sobre indumentária por gênero poderia e deveria ser feita de uma forma mais adequada, com a participação de professores e especialistas. Outra questão importante refere-se à segurança dos alunos. O Bandeirantes está localizado num dos pontos de maior movimento na cidade de São Paulo, ao lado da Av. Paulista, nos arredores da movimentada estação Paraíso do metrô. Inúmeros casos de agressões covardes e criminosas ocorreram nessa região. No horário de aula, vale lembrar, todos os jovens estão sob a tutela da instituição. A escola, preocupada em esclarecer, informar e prevenir situações que atentassem contra a segurança do estudante, foi mal interpretada. E os alunos convocaram um “saiaço” que ocorreu sem nenhum problema e acabou sendo uma boa oportunidade para discussão dessas questões. O Colégio em toda a sua existência tem promovido debates abertos a toda comunidade sobre os mais diversos e polêmicos assuntos.
É sempre bom lembrar que nossos alunos não são obrigados a usar uniforme desde a fundação da escola, algo raríssimo nos anos 40. Portanto, tem pouca relevância a forma com que eles estão vestidos ou calçados nas salas de aula, ou qual o corte de cabelo que usam. Isso tudo é detalhe.
O que importa é que, além do conhecimento, valorizamos o comportamento ético, a democracia e respeitamos as manifestações de nossos alunos, quando elas se pautam por estes mesmos valores. E procuramos ensinar-lhes que não há contradição entre o respeito aos direitos individuais e a convivência coletiva.
É com a convicção de que o Colégio Bandeirantes sempre contribuiu e prestou relevantes serviços à sociedade paulista, que continuamos pregando tolerância, diálogo e liberdade de expressão como norte de qualquer processo de ensino-aprendizagem. E, se for para sermos julgados, que o sejamos por nossa história de 70 anos.
Diretoria do Colégio Bandeirantes

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