Limites do academiquês

Publicado em 10/09/13
Fonte: Língua Portuguesa. v.8, n.95, set. 2013, p.38.

Fonte: Língua Portuguesa. v.8, n.95, set. 2013, p.38.

Por Adriana Natali e Luiz Costa Pereira Junior

O crescimento da produção científica chama  a atenção para os vícios e a pobreza de linguagem de muitos textos criados em universidades e instituições de ensino.

Cuidados da escrita científica

Em Um texto para chamar de seu, Preliminares sobre a produção do texto acadêmico (Martins Fontes), Cláudia Perrotta chama a atenção para os expedientes retóricos vitais a uma dissertação ou artigo científico.

  • Título: a clareza de um título reflete um projeto bem definido. É sinal de desonestidade intelectual propor um título vago, que promete mais do que oferece, sendo pouco indicativo do propósito da pesquisa.
  • Introdução: ressalte a pertinência do trabalho, sua importância para a área, em que ele se afina com as preocupações do momento.
  • Clareza: ser claro é ser preciso. Se imaginamos um leitor informado sobre os pontos abordados, não seremos minuciosos neles, adiantando conclusões.
  • Encadeamento lógico: o modo de apresentar os fatos já é um argumento. Repetições e raciocínios truncados ocorrem, por exemplo, quando uma observação particular é seguida por uma geral e depois por outros aspectos particulares.
  • Sem imprecisão: evite o excesso de palavras do senso comum ou com mais de um significado.
  • Consistência: sua visão de mundo está sempre presente, mas não deve ser afirmada pura e simplesmente, sem um compromisso com a história do pensamento em foco.
  • Economia: não se exceda na quantidade de informações, ideias ou conclusões num só parágrafo.
  • Fluência: ser conciso, sem comprometer a fluência. O texto acadêmico participa da construção de saberes.
  • Metodologia: toda investigação deve permitir que outras pessoas refaçam o percurso feito por ela.

Leia o artigo completo na revista Língua Portuguesa, set. 2013.

Fonte: NATALI, Adriana. ; PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Limites do academiquês. Língua Portuguesa. São Paulo, v.8, n.95, set. 2013, p.36-41.

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